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Polícia Federal aponta navio grego como poluidor da costa brasileira

Óleo se espalhou por mais de mil cidades de agosto de 2019 a março de 2020, custando R$ 188 milhões só em limpeza

Por Portal Eu, Rio! em 03/12/2021 às 15:37:39

Manchas atingiram onze estados litorâneos brasileiros, inclusive o Rio de Janeiro, com danos ambientais e econômicos. Foto: Agência Senado

Brasília/DF - A Polícia Federal concluiu as investigações sobre a origem das manchas de óleo que atingiram mais de 1.000 localidades em 11 estados do litoral brasileiro entre agosto de 2019 e março de 2020. A Polícia Federal, a partir das provas e demais elementos de convicção produzidos, concluiu existir indícios suficientes de que um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelo lançamento da substância oleaginosa que atingiu o litoral brasileiro. A empresa de navegação e seus responsáveis legais, bem como o comandante e o chefe de máquinas do navio, foram indiciados pela prática dos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação a respectiva empresa .


Apenas os custos arcados pelos poderes públicos Federal, Estadual e Municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões, estabelecendo-se assim um valor inicial e mínimo para o dano ambiental. O valor total do dano ambiental está sendo apurado pela perícia da PF, que deverá encaminhar com brevidade o respectivo laudo as autoridades competentes.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Lígia Souto, da Rádio Nacional, sobre as investigações da Polícia Federal a respeito da mancha de óleo que se espalhou pelo litoral brasileiro, com forte concentração no Nordeste e impactos ambientais e econômicos sobre mais de mil localidades.

As investigações, realizadas em parceria com diversos órgãos e instituições nacionais e internacionais, foram centradas em três frentes:

A primeira diz respeito à investigação das características da substância, por meio de análises químicas que buscaram determinar o tipo de material que chegou à costa brasileira, suas características e, especialmente, sua procedência (se nacional ou estrangeira e, nesse último caso, qual país). Isso se fazia necessário, uma vez que surgiram diversas teorias sobre a origem do material (vazamento de oleodutos, plataformas ou reservas naturais, navios em trânsito ou naufragados, costa da África etc.).

A segunda diz respeito ao local exato onde ocorreu o vazamento/lançamento do óleo, na qual priorizou-se o uso de técnicas de geointeligência (imagens de satélite e modelos e simulações realizadas por softwares específicos).

A terceira foi realizada com base em dados, documentos e informações que pudessem esclarecer os fatos, por meio de cooperação nacional e internacional, inclusive com apoio da Interpol.

O inquérito policial relatado segue agora para o poder Judiciário Federal do Rio Grande do Norte e Ministério Público Federal naquela unidade federativa, para análise e adoção das medidas cabíveis.

Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional

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