A partir de fevereiro de 2022, o usuário de trem vai pagar mais caro pelo transporte. A Supervia, concessionária responsável pelo modal ferroviário no estado do Rio, anunciou nesta terça-feira, reajuste no valor da tarifa dos atuais R$ 5,00 para R$ 7,00. A empresa explicou que teve que pedir recuperação judicial e que por causa da pandemia, perdeu 250 mil passageiros.
A concessionária enviou nota explicando que o reajuste se explica pelas despesas fixas impactadas pela inflação, como energia, manutenção de trens e da via férrea, entre outros fatores.
“A SuperVia tem custos fixos com a operação que foram fortemente impactados pela inflação, como energia, manutenção dos trens e da via férrea, aquisição de peças e equipamentos importados para reposição nos trens, entre outros.
O contrato de concessão da SuperVia prevê o reajuste anual da tarifa com base no índice IGP-M acumulado e que resultou no valor de R$ 7 para aplicação em fevereiro de 2022.
Com base no contrato de concessão e no reajuste homologado em 2020, a SuperVia já teria direito a cobrar atualmente a tarifa de R$ 5,90 em 2021. Esse reajuste, homologado pela Agetransp, não pode ser aplicado em razão de liminar concedida pela própria Agência a pedido do Estado.
Tal situação contribuiu para o pedido de recuperação judicial pois a tarifa é basicamente a única fonte de receita da concessionária já que as passagens não contam com qualquer subsídio público.
Além disso, a SuperVia registra uma brutal perda de passageiros desde o início da pandemia, com redução de receita de aproximadamente R$ 682 milhões. Antes da pandemia, a SuperVia transportava 600 mil passageiros e agora esse número tem se mantido em torno de 350 mil. Considerando a pandemia e a crise econômica e social do Rio de Janeiro, a recuperação total do fluxo de passageiros está prevista apenas para 2024.”
No dia 24 de setembro deste ano, a Casa Fluminense e o Observatório dos Trens lançaram o documento ‘Recomendações para a modernização dos trens da Supervia’, com sugestões para melhorar a vida de quem depende do transportes. O estudo aconselha a melhoria do sistema ferroviário. Começando pela mudança da base de cálculo da tarifa da Supervia. Caso não haja um acordo, o valor da passagem pode chegar a R$ 7,73 em fevereiro de 2022.
Na época, o diretor da Casa Fluminense, Henrique Silveira, explicou:
“Como o dólar está variando muito, o valor do indicador das tarifas dos trens, que é o IGPM, tende a ficar alto também. No ano passado, por exemplo o índice de reajuste foi de 25%. Como esse indicador continua muito alto, batendo na casa de 30%, podemos prever uma média desse percentual em cima do valor base (R$5,90). Com isso, as tarifas podem ultrapassar R$ 7, o que seria péssimo para os trabalhadores”.