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Apaixonado pelo Botafogo, motorista da família Marinho será enterrado em Mesquita

Veículo que ele dirigia, com dois seguranças na escolta a um dos donos da TV Globo, teria sido alvo de tentativa de assalto, no Alto da Boa Vista, na madrugada deste sábado (11)

Por Daniel Israel em 11/12/2021 às 23:54:39

Will estava casado há cerca de dois anos. Foto: Arquivo pessoal

Neste domingo (12), a partir das 12h30, será velado no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, o corpo do motorista Willians Pereira da Silva, morto durante suposta tentativa de assalto na madrugada de hoje, no Alto da Boa Vista, a um membro da família Marinho, proprietária do Grupo Globo. O enterro está marcado às 16h30.

Will, como era conhecido, morou a maior parte de sua vida em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Casado há cerca de dois anos, com dois enteados e sem filho, ele e a esposa tinham se mudado para a Pavuna, bairro limítrofe com algumas cidades da Baixada.

A reportagem conversou com Rogério Lima, amigo de Will, que transmitiu a mensagem da viúva em vários grupos.

"O Will trabalhava em uma empresa de vigilância e se destacou. A empresa pagou um curso para ele, específico para motorista de VIPs [sigla para celebridades e figuras públicas em geral], e pela conduta e índole dele confiou-o aos Marinho", diz ele. "Ele já estava há bastante tempo lá [trabalhando para a família], uns cinco anos, se não me engano".

Ex-operador de tráfego na CET-Rio, Lima usa a moto para trabalhar na Prefeitura de Mesquita. Ele se emociona também ao recordar que não deu tempo para os dois andarem junto. "Estava tão feliz que tinha conquistado a moto dele". Os dois frequentavam a casa um do outro e se tratavam como parentes.

Entramos em contato com o dono de uma empresa de vigilância do Rio, que ressaltou uma garantia fundamental à proteção desses trabalhadores.

"Todo vigilante tem direito a seguro de vida pago pela empresa, desde que a empresa tenha contratado. Pois, apesar de ser uma obrigação, nem sempre é cumprida", esclarece ele.

No mesmo veículo que o motorista, estavam o policial civil Eduardo Paiva de Queiroz, que também foi morto e complementava a renda como segurança particular, e outro integrante da equipe, que conseguiu escapar. Não conseguimos descobrir quem é o membro da família Marinho nem se ele estava dentro do Jeep Compass.

Willians e Eduardo foram levados com vida por policiais militares que estavam em uma viatura que patrulhava o bairro, mas os dois não resistiram ao chegar no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

Amor ao Botafogo

Torcedor do Botafogo, ele chegou a usar o sobrenome Schweinsteiger nas redes sociais, a partir da Copa de 2010, numa alusão ao volante alemão Bastien Schweinsteiger. Will foi membro da Loucos Pelo Botafogo quase desde o início da torcida, em 2006. Integrava a banda e fazia registros em vídeo durante os jogos, sobretudo no Estádio Olímpico Nilton Santos, para postar em seu canal pessoal no YouTube.

A reportagem tentou contato com o organizador de um jogo festivo realizado hoje, no Nilton Santos, entre dois times liderados por ídolos alvinegros, Loco Abreu e Túlio Maravilha. Perguntamos a Jorge Magdaleno se seria possível uma homenagem a Will antes de começar o jogo. Ele nos respondeu lamentando que não tenha lido as mensagens a tempo de homenageá-lo.

Comemorativa de Natal e visando à arrecadação de doações, a partida contou com a presença em campo de um Papai Noel e terminou 3 a 1 para os companheiros do campeão brasileiro de 1995.

A Loucos fez uma postagem no Facebook, à memória do ex-componente.

Postagem ressalta o envolvimento de Will com a torcida. Reprodução/Facebook (Loucos Pelo Botafogo)

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