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Nova ferramenta irá detectar fake news

Plataforma possibilitará descobrir se uma notícia é falsa ou verdadeira.

Por Marisa Dias em 16/10/2018 às 19:36:37

Foto: Pixabay

Ainda em fase de testes e aperfeiçoamento, o projeto "Detecção Automática de Notícias Falsas para o Português" desenvolveu uma nova ferramenta para detectar fake news. Criado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e acessível via WhatsApp, através desse recurso será possível checar se a notícia é falsa ou verdadeira.

Muitas notícias que circulam via internet ou em um aplicativo de troca de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, despertam a dúvida sobre sua veracidade. A falta de recursos para comprovar se é verdadeira ou não pode acarretar vários problemas para os usuários. Com essa nova ferramenta piloto, será possível fazer essa análise acessando gratuitamente via web ou pelo WhatsApp.

A ferramenta, ainda em fase de testes e aperfeiçoamento, foi criada por meio de características da produção de texto, que considera erros comuns em conteúdos falsos. Ou seja, baseia-se na estrutura do texto pela assertividade. À frente do projeto está o professor Thiago Pardo, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e pesquisador do Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC). Além da criação da plataforma, o projeto resultou também na publicação do artigo Contributions to the Study of Fake news in Portuguese: New Corpus and Automatic Detection Results, que foi apresentado no mês de setembro na 13ª Conferência Internacional de Processamento Computacional do Português.

O projeto conta com a colaboração dos alunos Rafael Augusto Monteiro e Roney Lira, do ICMC, e é financiado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq e por outras duas agências de fomento brasileiras (CAPES e FAPESP). Outros pesquisadores fazem parte d equipe, entre eles Evandro Ruiz, ex-aluno do ICMC e professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, Tiago de Almeida, professor do departamento de Computação da UFSCar no campus Sorocaba, Oto Araújo Vale, professor do departamento de Letras da UFSCar no campus São Carlos e doutorando Murilo Gazzola, do ICMC, responsável por disponibilizar a plataforma no WhatsApp.  Mas a realização desse trabalho tem um objetivo maior que é o projeto Opinando (Opinion Mining for Portuguese: Concept-based Approaches and Beyond), com o propósito de fornecer subsídios para a área de mineração de opinião para a língua portuguesa.

Com um resultado positivo em aproximadamente um ano e meio de projeto, o projeto importantes avanços promissores para o futuro. Porém, os pesquisadores alertam para o fato de que nenhum sistema é 100% eficiente, e aconselham sempre obter informações através de fontes confiáveis.

Para quem desejar utilizar a ferramenta, deverá acessar o link https://otwoo.app/nilc-fakenews e colar o link do texto que deseja verificar. 

O fake news nas eleições 2018

As notícias falsas enviadas nos grupos de WhatsApp, Facebook e no Twitter geraram discussões e muitos problemas relacionados às eleições 2018. O compartilhamento de fake news entre amigos e família trouxe à tona uma preocupação: o que é falso e o que é verdadeiro. Vídeos, áudios, links e imagens são compartilhados em tempo record, propagando informações polêmicas e, algumas vezes, transformando as redes sociais em um ambiente caótico.

O período eleitoral trouxe à tona a necessidade de ter cautela ao distribuir conteúdo político principalmente pelo WhatsApp, que tem um enorme alcance. A desinformação poderá acarretar em consequências sérias para os usuários e vítimas de fake News. Segundo pesquisa do Datafolha realizada recentemente, o WhatsApp é a rede mais difundida entre os eleitores brasileiros, utilizada por 66% deles, ou 97 milhões de pessoas. Revela ainda que supera o Facebook, usado por 58% dos brasileiros que votam.

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