As mortes de idosos por Covid-19, mesmo após tomarem as duas doses de vacina, têm gerado questionamentos sobre a eficácia do imunizante e até mesmo a recusa da imunização. Com a repercussão do assunto e o receio da população, o Ministério da Saúde divulgou que ocorre uma morte a cada 25 mil pessoas que tomam as duas doses, o que representa apenas 0,004%. Já em relação às pessoas que se recusaram, o Instituto Butantan informou que no Brasil esse grupo representa 96% das mortes por Covid-19.
Diante disso, vários agentes de saúde se pronunciaram e afirmaram que as vacinas contra a Covid-19 não impedem a contaminação com vírus. Isso, no entanto, não significa que não funcionem. Segundo a coordenadora de imunização de Barra Mansa, Marlene Fialho, desde o início da campanha de vacinação várias pessoas não quiseram tomar a vacina e um dos motivos seria os casos raros de óbitos pela doença, mesmo após as duas doses.
A coordenadora reforçou ainda que alguns cidadãos queriam até mesmo escolher a marca do imunizante, alegando o nível de eficácia. “O que fazemos diante disso é orientar sobre a necessidade da imunização e sobre a vacina que está disponível, pois o grande objetivo, na verdade, é que todos estejam imunizados independente de qual vacina, para tirar o vírus de circulação e evitar novas variantes mais agressivas”, explicou.
Imunidade
A universitária Vitória Luccas contou que um membro de sua família se recusou a tomar a vacina. “Foi difícil explicar que a vacina não deixa de ser eficaz, apesar de existirem casos raros, como o do ator Tarcísio Meira. Mas ficamos bem tristes por ele se recusar a tomar o imunizante por esse motivo. As pessoas deveriam se conscientizar mais sobre a importância de se proteger”, lamentou.
Um estudo italiano inédito, realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (ISS), mostrou que pessoas vacinadas contra o novo coronavírus têm pouca probabilidade de morrer em decorrência da doença. O levantamento revela que a idade média das pessoas imunizadas que morreram por Covid-19 foi de 85 anos e que elas já tinham, em média, cinco doenças preexistentes.
Segundo especialistas, um dos motivos para esse raro acontecimento seria que após uma certa idade, o corpo não consegue mais produzir imunidade, o que é chamado pelos médicos de imunossenescência. Ou seja, não gera defesa suficiente e compromete a eficácia da vacina.
Outro motivo seria a existência de grupos populacionais específicos, que não possuem maturidade para a produção de imunidade, como pessoas com desnutrição, obesidade, sedentarismo, que tomam medicação com imunossupressores, que fizeram transplante de órgãos sólidos ou medula óssea.
Fonte: Blog Pavio Curto