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Baía de Guanabara tem dois vazamentos de óleo: Praia da Bandeira e Rio Iguaçu

ONG pede acionamento do Plano de Emergência da Baía de Guanabara para averiguar a origem de constantes vazamentos

Por Anderson Madeira em 20/01/2022 às 20:42:29

Fotos: Vanderlei Santana/Jornal Ilha Notícias

O movimento Baía Viva denunciou hoje, quinta-feira (20), um vazamento de óleo no mar na Praia da Bandeira, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Nos últimos dias, a ONG recebeu também denúncias da presença de óleo na Praia de Engenhoca, ao lado. A entidade informou o fato ao presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Philipe Campelo, e pediu vistoria técnica do órgão no local.

O movimento também pediu ainda que seja acionado o Plano de Emergência da Baía de Guanabara para averiguar a origem destes constantes vazamentos de óleo no mar. Participam deste plano a Capitania dos Portos, empresas situadas na Baía de Guanabara e órgãos ambientais. As empresas são o terminal da Ilha D'Água da Transpetro/Petrobras e as duas fábricas poluidoras da Cosan/Moove na Ribeira. Segundo o Baía Viva, elas, vez por outra, vazam óleo no mar, o que é crime ambiental tipificado na Lei Federal nº 9605/1997.


Em 2020, o Inea vistoriou as instalações da Cosan/Moove e encontrou várias irregularidades e crimes ambientais, de acordo com o Baía Viva. A notícia do vazamento de óleo na Praia da Bandeira foi informada ao movimento pelo jornalista Nycolas Santana, do Jornal Ilha Notícias.

Procurado, o Inea respondeu que enviou uma equipe para realizar uma vistoria na região da Ilha do Governador. O instituto fez coletas para tentar identificar a origem do crime ambiental contra a Baía da Guanabara.

Rio Iguaçu

O projeto Olho Verde, coordenado pelo biólogo Mário Moscatelli, flagrou manchas de óleo no Rio Iguaçu, em trecho de manguezais no município de Duque de Caxias, que desaguam na Baía de Guanabara. Esse óleo atingiu diretamente os mangues da região durante o caminhar dos caranguejos, matando as fêmeas ovadas.

A presidência do INEA também foi acionada neste caso para tentar recolher o óleo e buscar identificar a fonte de poluição deste Crime Ambiental, tipificado na Lei Federal nº 9605/1997, além de ser solicitado novamente o Plano de Emergência da Baía de Guanabara formado pela Capitania dos Portos da Marinha do Brasil, grandes empresas e os órgãos ambientais.


Em dezembro de 2021, já havia ocorrido outro vazamento de óleo nesta região próximo às instalações da Refinaria Duque de Caxias (REDUC - PETROBRAS) que atingiu o rio Iguaçu, manguezais e os territórios pesqueiros. Porém, até agora a fonte da poluição não foi identificada.

Nesta manhã de 20 de janeiro, o Baía Viva já havia acionado a presidência do Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) para vistoriar a Praia da Bandeira, na Ilha do Governador, que amanheceu com grande mancha de óleo.


A presença de óleo nas águas da Baía de Guanabara tem provocado impactos na vida marinha, na pesca, no lazer e no turismo. O Baía Viva já havia alertado que tem havido uma rotina de sucessivos vazamentos de óleo nos últimos meses nas baías fluminenses.

Por isso, estamos propondo ao INEA-RJ que é preciso aumentar a fiscalização inclusive disponibilizando no site do INEA, IBAMA e da Capitania dos Portos um espaço para que os pescadores, banhistas e moradores possam enviar fotos e vídeos feitos nos seus celulares com estas ocorrências para que haja uma ação imediata do poder público. A população, em especial os pescadores artesanais, podem ser grandes aliados dos órgãos públicos na vigilância ambiental deste ecossistema marinho e costeiro.


Outra medida fundamental é a fiscalização permanente das indústrias, terminais de petróleo e embarcaco fundeadas no interior da Baía.

#baiaviva


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