Apos o vídeo de um furto na praia de Copacabana viralizar na redes sociais, os jovens envolvidos na suposta brincadeira esclareceram que a filmagem era apenas uma "trend" para o TikTok. Na publicação, um adolescente aparece mostrando o colega pegando o celular de outro rapaz e associa a "trollagem" ao artigo 155 do Código Penal, que é a prática de furto ou roubo.
O conteúdo acabou sendo compartilhado por diversos perfis nas redes sociais como se realmente fosse um episódio verídico. Consequentemente, também despertou a ira de muitos usuários, que não pouparam as palavras para emitir suas opiniões sobre o caso. Depois da repercussão negativa, os quatro adolescentes publicaram um novo vídeo, desmentindo a veracidade dos fatos e avisando que se tratava de uma "trend" para o Tik Tok.
"Aí, o vídeo que tá viralizando ae era fake. Esse telefone aqui era dele. Só que ele emprestou pra ele para ele correr. Isso era uma trend do TikTok. A gente ia fazer uma parte só que meu celular descarregou. Tem vídeo nosso aqui, no meu TikTok. Quem me segue, viu meus stories e sabe que eu não ia fazer isso daí. Sabem muito. Tem vídeo nosso lá ainda", falou o adolescente que aparece na filmagem.
Por meio da sua rede social, o adolescente ainda avisou que já havia ido à delegacia para prestar depoimento e esclarecer o mal entendido. Vicson Ribeiro Paulo, 19 anos, e os outros menores de idade que participaram da simulação foram identificados e localizados por agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) Na ação policial, foi confirmado que foram feitas várias tentativas de gravação do mesmo vídeo, o que comprovou que a postagens era realmente uma brincadeira.
Os quatro foram ouvidos pelo titular da especializada, delegado André Leiras, na presença dos seus responsáveis legais, e tiveram o telefone celular usado na gravação do vídeo apreendido.
"O que me convenceu que se tratava de uma brincadeira infeliz foi que no celular tinham diversas tentativas de filmagem do suposto roubo. Além disso, são todos de famílias de bem, não têm anotação criminal, estão arrependidos e acho que aprenderam a lição", disse o delegado André Leiras que, diante da repercussão do caso, iniciou a investigação ainda no domingo (23).
"Todos foram identificados e fizemos a diligência. As famílias colaboraram, acompanharam durante o depoimento e alguns pais deram o devido puxão de orelha nos filhos sobre a tal brincadeira", disse Leiras.
Apesar do arrependimento, a incitação ao crime, mesmo sendo de menor potencial ofensivo, é crime e vai ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal, no caso de Vicson, que é maior de idade, e à Vara de Infância e Juventude no caso dos menores.