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Paes e Witzel trocam muitas farpas no último debate antes da eleição

Os dois candidatos exploraram pouco suas propostas

Por Edir Lima em 26/10/2018 às 00:44:34

Ibope e Datafolha indicaram 56% dos votos válidos para Witzel e 44% para Paes. Foto: Divulgação

Os candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro participaram, nesta quinta-feira (25) do último debate na televisão antes da eleição, realizado pela TV Globo. Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC) trocaram muitas farpas durante o encontro, explorando pouco suas propostas. O debate foi mediado por Ana Paula Araújo.

Nas últimas pesquisas de intenção de votos, Ibope e Datafolha indicaram 56% dos votos válidos para Witzel e 44% para Paes.

Eduardo Paes adotou uma postura mais ofensiva. O candidato do DEM usou muito a figura de Luiz Carlos Azenha - condenado a dois anos de reclusão em regime aberto por corrupção ativa e por ter escondido o traficante Nem na mala de um carro, durante sua fuga da Rocinha -, associando o advogado ao ex-juiz. Já Witzel provocou na relação de Paes com Sergio Cabral, Pezão e Jorge Picciani.

No primeiro bloco, Eduardo Paes partiu logo para o ataque e questionou Witzel justamente sobre sua relação com Luiz Carlos Azenha, afirmando que o ex-juiz deu dinheiro a Azenha. Witzel disse não ter relação com o"advogado do Nem".

Witzel procurou dar o troco, lembrando que Paes era o candidato de Sérgio Cabral. O ex-prefeito do Rio devolveu referindo-se ao adversário como o "candidato do Pastor Everaldo.

Provocações à parte, Eduardo Paes prometeu mais policiamento na Baixada e em São Gonçalo. Ele defendeu o reajuste salarial dos policiais militares. Já Witzel prometeu focar no combate à "lavagem de dinheiro" e colocar mais policias nas ruas

Segundo bloco

O segundo bloco foi marcado pelo futuro da Cedae. Wilson Witzel ressaltou que não privatizará a Cedae, pois a companhia não pode dar lucro ao mesmo tempo que há comunidades que não têm saneamento básico. Eduardo Paes seguiu o discurso, garantindo que não privatizará a empresa.

Quando o tema mudou para transporte, Paes defendeu a implementação de bilhete único sem pagamento de subsídios. Witzel atribui aos esquemas de corrupção a falta de ar-condicionado em ônibus da frota.

"Quando cheguei à prefeitura, tínhamos a meta de chegar a 100% da frota com ar-condicionado. Chegamos a 70%", explicou Paes.

Terceiro bloco

O terceiro bloco foi tenso. Em pergunta sobre educação, Wilson Witzel destacou a ligação do PT à candidatura de Eduardo Paes. "Não tem PT nenhum me apoiando", rebateu o ex-prefeito.

Witzel aproveitou uma réplica para colar sua imagem ao senador eleito Flávio Bolsonaro. O filho do presidenciável Jair Bolsonaro permitiu hoje que Witzel usasse sua imagem na campanha. Paes rebateu:

"Parece uma criança. Ele (Witzel) ficou feliz com o apoio do Flávio Bolsonaro", disse. "Graças a Deus ele foi eleito senador, mas não é o Flávio Bolsonaro que vai estar no Palácio Guanabara para dar uma assinatura. Tem vídeo do Flávio me elogiando também, mas não vou ficar por aí dizendo isso", completou.

Eduardo Paes também lembrou a destruição de uma placa de rua com o nome de Marielle Franco. Segundo ele, Witzel estava no local, demonstrando satisfação com a ação, além de fazer selfie. Witzel negou que estivesse presente.

Quarto bloco

No quarto bloco do debate, Paes chamou a atenção de Witzel sobre sua declaração de chamá-lo de candidato de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.

"Você me respeita. Eu não sou candidato de Cabral e Pezão coisa nenhuma. Minha relação com eles era apenas institucional", frisou.

Em seguida, Wilson Witzel criticou o VLT e prometeu, se eleito, dará força para a Faetec. "Quero dar emprego ao jovem que está se evadindo da escola", comentou.

Já Eduardo Paes exaltou as parcerias público-privadas feitas enquanto prefeito do Rio, incluindo o VLT.

Considerações finais

Eduardo Paes: "Esse é um momento crucial no estado do Rio. Vivemos uma crise profunda. Não dá para a gente brincar. O adversário é um Kinder Ovo: cada dia é uma surpresa. Fui prefeito do Rio durante oito anos. A gente fez muito pela população. Quero usar essa energia, esse amor pelo Rio de Janeiro. Amo esse estado. Quero dedicar minha força, meu amor e minha energia a esse estado."

Wilson Witzel: "Sou um cidadão indignado com a corrupção. Nossa candidatura veio compor. Chegamos aqui através de uma expressiva votação. Essa indignação vem mostrando que essa é uma luta do bem contra o mal, da verdade contra as mentiras. Apresentamos propostas concretas para mudar esse modelo que temos hoje."

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