Polícia investiga morte a facadas de jovem na saída de boate LGBTQIA+

Quem passava pela Travessa Almerinda Freitas, no bairro de Madureira, Zona Norte do Rio, perto das boates Papa G e Pandora Club, ambas gays, na manhã do último domingo, muitas retornando da noitada em casas noturnas, levou um susto ao se deparar com um cadáver estirado na calçada. O nome da vítima era Odair Francisco Gutzlaff e tinha 32 anos. Segundo testemunhas, uma travesti, que controlaria os pontos de prostituição na área, teria esfaqueado o rapaz. A via é conhecida como Rua da Diversidade.

O cadáver foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros, que tinha sido acionado por transeuntes. Ainda de acordo com testemunhas, o rapaz teria sido morto por duas travestis que atuam na área. Um rapaz, que preferiu não se identificar, disse que o conhecera e que ele morava sozinho no bairro de Rio das Pedras, na Zona Oeste. Tinha vindo de São Paulo, onde vive a sua família.

“Saber que duas travestis mataram um gay em plena rua de Madureira, que é um lugar extremamente simbólico para tantos, é surreal de triste. Isso não atinge só uma vida perdida, gera um efeito cascata inimaginável”, comentou uma testemunha, que preferiu manter o anonimato.

Procurada, a Secretaria de Estado da Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os agentes estão ouvindo testemunhas e buscam imagens de câmeras de segurança para identificar a autoria do crime. Até o momento não se sabe a motivação do assassinato.

Nas redes sociais, as duas casas noturnas publicaram um comunicado de repúdio e pesar.

“Esclarecemos que o ocorrido aconteceu após o encerramento de ambas as casas e em lugar público. As organizações não são convenientes com tais atitudes e não compactuam com qualquer tipo de violação aos direitos, duramente conquistados, pelo público LGBTQIA+”, afirmaram, em nota.

“Reforçamos o nosso comprometimento de tomar todas as medidas cabíveis para que incidentes como estes não se repitam”, emendaram.

Assista a vídeo sobre o caso no Twitter:

https://twitter.com/i/status/1487717305018687490