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PSDB e MDB estudam se unir em federação para as eleições deste ano

Presidentes nacionais do MDB, deputado federal Baleia Rossi e o do PSDB, Bruno Araújo, começaram a conversar sobre a questão

Por Anderson Madeira em 03/02/2022 às 17:56:39

Bruno Araújo, João Dória, Simone Tebet e Baleia Rossi. Foto: Divukgação

Os presidentes nacionais do MDB, deputado federal Baleia Rossi e o do PSDB, Bruno Araújo, começaram a conversar buscando unir os dois partidos em uma federação, de olho nas eleições deste ano. Os dois líderes postaram mensagens esta semana em seus respectivos perfis, no Twitter, confirmando as reuniões. Agora, vão se reunir internamente, com suas legendas, para vencer resistências, principalmente nos estados contra a sonhada união. Os objetivos são eleger boa bancada no Congresso Nacional e furar a polarização entre Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial. Pela legislação eleitoral, caso façam a federação, deverão ficar unidos por quatro anos.

As duas siglas pensam em formar a chapa João Dória Jr. (PSDB) e Simone Tebet (pré-candidata pelo MDB a presidente). No caso, Tebet seria a vice da chapa. A federação é um instrumento que permitirá às legendas se unirem não apenas na disputa eleitoral, mas funcionarem na prática como um só partido pelos próximos quatro anos.

Eis o que Baleia Rossi escreveu a respeito em sua conta no Twitter: “Tive hoje uma conversa inicial sobre formar uma federação com o PSDB. Preciso ouvir as bancadas e os diretórios estaduais. No MDB, todas as decisões precisam ser tomadas de forma amplamente democrática”, afirmou.

“Iniciamos conversas com o MDB sobre a possibilidade de formarmos em federação uma poderosa força política entre partidos que tem relevante história na vida pública do país. Nesse momento vou me dedicar a ouvir internamente o conjunto de nossas lideranças. Há um caminho a ser percorrido, mas o momento que passa o país exige de nós essa tentativa", escreveu também no Twitter Bruno Araújo.

Consideradas legendas de centro-direita, PSDB e MDB já foram aliadas no passado, quando o segundo ainda era PMDB. Como no Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), eleito em 1994 e reeleito em 1998, com apoio dos então peemedebistas. Nas eleições presidenciais de 2002, vencidas por Lula, o então candidato do PSDB a presidente, José Serra, teve o apoio do PMDB.

Recentemente, Baleia Rossi levou Simone Tebet para visitar o governador de São Paulo, João Dória. Bruno Araújo também participou da visita. “Vamos seguir o diálogo, respeitando o projeto de cada partido em ter a cabeça de chapa”, contou Baleia.

No MDB, a resistência está em algumas lideranças regionais, que pensam em apoiar a candidatura de Lula, caso Tebet não melhore nas pesquisas de opinião. Nas últimas, ela tem estado apenas com 2%. O senador Renan Calheiros (AL) e José Sarney defendem apoio ao petista já no primeiro turno. Já o grupo ligado a Michel Temer (SP) quer investir na candidatura de Simone Tebet.

No Pará, o governador Helder Barbalho, do MDB, disputará a reeleição e, hoje, o seu principal adversário é o o ex-senador Flexa Ribeiro, um dos fundadores do PSDB. Em Mato Grosso do Sul, o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, pretende eleger o secretário estadual Eduardo Riedel. O MDB, porém, discute lançar o ex-governador André Puccinelli. Em Alagoas, o PSDB pensa em lançar ao governo estadual o senador Rodrigo Cunha, mas o MDB, do governador Renan Filho avalia a candidatura do deputado estadual Paulo Dantas.

Além do PSDB, o MDB tenta se unir em uma federação com o Cidadania, presidido por Roberto Freire. Este também negocia unir a sigla ao PSDB. No campo do centro e centro esquerda, a Rede Sustentabilidade pensa em se unir em federação com o PSOL, enquanto que o PSB, com o PT, PC do B e o PV.

Esta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve analisar a legalidade das federações partidárias. No fim do ano passado, o ministro Luís Roberto Barroso determinou que a lei é válida e que as federações precisam obter registro até seis meses antes das eleições.

O cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, vê as federações partidárias de forma positiva.

“A federação partidária é uma novidade aprovada pelo Congresso Nacional. O STF deverá decidir em 1º de março, que é um tempo muito curto, visto que as convenções partidárias acontecerão em julho. A federação tem um aspecto positivo, porque a aliança que será formada agora nas eleições vão permanecer durante quatro anos. É uma sinalização para o eleitor de que a aliança permanece durante o governo eleito. Positiva também para os pequenos partidos, que, por conta da cláusula de barreira, podem ter dificuldade de continuar com representação na Câmara dos Deputados. Ajuda na sobrevivência destes pequenos partidos. A grande dificuldade é que o Brasil é um país continental e tem as questões regionais”, disse.


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