O ano de 2020 é marcado para muitos pela chegada da pandemia ao mundo e as consequências causadas pelo novo coronavírus à sociedade. No Brasil não foi diferente e uma das preocupações foi o cuidado com os moradores de áreas periféricas. E se alguém deseja saber como o morador de favela conseguiu sobreviver a tanta dificuldade pode ter uma ideia com o documentário "Diário da Pandemia", que será exibido pela primeira vez nesta sexta-feira (4) pelo canal Cine Brasil TV.
A produção é um média metragem de 32 minutos dirigido por Maria Rita Nepomuceno. Em cena são retratados o cotidianos de sete moradores da Rocinha: Devaldo, Soca, Camila, Dione, Merynha, Marilucia e Alexandre. Todos filmaram com seus celulares suas vivências da pandemia de covid-19, durante os meses de maio, junho e julho de 2020, na maior favela da Zona Sul do Rio.
A diretora explica que o intuito da produção é mostrar além das dificuldades que a pandemia tem causado aos moradores das favelas cariocas. Segundo Maria Rita, o objetivo é mostrar como quem reside em tais áreas também tem consciência, procurando ter cuidado e respeito com as medidas sanitárias preventivas
“Nossa proposta é mostrar que a favela se informa, faz isolamento e se organiza, apesar da marginalidade em que vive. Queremos que o espectador entre na vida dessa comunidade, na sua materialidade, olhando através dos olhos dos seus moradores, tentando sonhar com eles um outro mundo possível, em que o direito à dignidade humana seja respeitado”, reflete a diretora, que já havia trabalhado na Rocinha com o seu projeto "Mães da Terra", série documental sobre a maternidade periférica.