Traficantes de Itatiaia e Resende usavam Rio Paraíba do Sul para transportar drogas as cidades

Traficantes de drogas dos municípios de Itatiaia e Resende, no Sul Fluminense, usavam o Rio Paraíba do Sul, o maior do Estado, para transportar drogas entre as duas cidades, revela investigação do Ministério Público Estadual. A ação se dá através de pequenas embarcações. 

A apuração levou a Promotoria a denunciar oito criminosos em Resende e outros cinco em Itatiaia, todos vinculados à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Os pontos base para a atuação das duas quadrilhas eram a Cidade Alegria, em Resende, e Vila Flórida, em Itatiaia. 

Em Resende, o bando era comandado pelo traficante Raphael dos Santos Neves, vulgo Tio Dez. Mesmo preso, ele comandava dezenas de subordinados que agiam sob suas ordens, inclusive em locais diversos, como no caso em que enviou “soldados” para atuar na guerra do tráfico de drogas em Angra dos Reis, na Região Costa Verde fluminense.

Por ordens de Tio Dez, os traficantes traziam drogas de outros Estados, como São Paulo, pagavam propinas a PMs, adquiria armas de fogo e munição, executavam desafetos e organizavam festas

O criminoso mandava sua quadrilha obrigar empresários da região a pagar uma espécie de “mesada” para o tráfico local. Tio Dez orientava seus subordinados sobre o recebimento de telefones celulares e entorpecentes dentro da cadeia, os quais eram revendidos na unidade carcerária.

Em Itatiaia, a quadrilha era liderada pelo traficante Diego Moraes de Paula, vulgo Corintiano, também preso. De dentro da cadeia, ele ordenava explosões de caixas eletrônicos e a ocupação irregular de imóveis na região. 

Presos lado a lado, Corintiano e Tio Dez compartilharam os mesmos aparelhos restando demonstrada a parceria existente entre os dois núcleos comandados por cada um destes bandidos no tráfico de drogas.

Criminosos dos dois bandos planejaram a execução do policial militar Sérgio Araújo, que se envolveu em um confronto que terminou na morte do bandido Ronald Oliveira Gomes, suspeito de participar do tráfico em Itatiaia. 

Por conta desta morte, as quadrilhas participaram de um ataque a um ônibus que foi incendiado na região.