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Caixa Cultural recebe exposição de fotos do Correio da Manhã

A mostra apresenta 88 imagens publicadas no extinto jornal carioca

Por Caroline Carvalho em 27/10/2018 às 15:34:00

Foto: Divulgação

Do dia 30 de outubro a 23 de dezembro a Caixa Cultural Rio de Janeiro recebe a exposição “Correio da Manhã: uma revolução de imagens nos anos 1960”. Dividida em cinco módulos, a mostra apresenta uma seleção de 88 fotografias publicadas no extinto jornal carioca Correio da Manhã, um dos mais relevantes veículos da grande imprensa brasileira do século XX. Garimpadas no acervo do Arquivo Nacional, as fotos registram os principais acontecimentos da vida pública do país numa década que mudou o mundo.

São protestos, passeatas e manifestações de artistas contra a censura que foram amplamente noticiados em ensaios fotográficos em que o texto assume um papel coadjuvante. Nas páginas dos cadernos de esportes, moda e cultura, editoriais quebravam a rigidez do padrão figurativo que vigorou por décadas na imprensa. Para cobrir temas que iam da vida cotidiana no Rio de Janeiro à Copa do Mundo de 1966, passando pela emergência da minissaia, o Correio da Manhã apostava em imagens com ângulos e cortes inusitados, iluminação especial, técnica apurada e grandes ampliações.

“A exposição é uma grande homenagem aos fotojornalistas brasileiros e em especial aos que atuaram no Correio da Manhã”, resume Maria do Carmo Rainho, curadora da mostra. Conhecido pela qualidade e densidade dos textos, o jornal também se destacou pela atenção à foto. Em 1911, apenas dez anos após o aparecimento do seu primeiro número, o Correio da Manhã inovou ao utilizar recursos gráficos como o recorte e a superposição para dar mais destaque às imagens.

Em 1964, sob o comando de Niomar Moniz Sodré Bittencourt, o Correio da Manhã contratou o consagrado Erno Schneider – vencedor do Prêmio Esso de Fotografia em 1962, com a foto do presidente Jânio Quadros de pés tortos, a famosa “Qual é o rumo?” – para dirigir a editoria de fotografia. Com a coordenação de Erno e equipamentos modernos, incluindo máquinas com grandes teleobjetivas, a atuação dos fotógrafos foi ampliada e a equipe passou a intervir, propor e realizar matérias, por meio de ensaios fotográficos que se tornariam comuns, sobretudo no intenso ano de 1968.

A mostra – O Correio da Manhã em cinco módulos:

A política em pauta: manifestações de estudantes e passeatas; o fechamento do Congresso em 1966; a visita do presidente De Gaulle ao Brasil; o fim da empresa de aviação Panair; registros dos presidentes militares. As imagens em questão integraram ensaios fotográficos que fizeram do Correio da Manhã um modelo no campo da fotografia e das artes gráficas na segunda metade dos anos 1960.

Pelas ruas do Rio: flagrantes do cotidiano; matérias sobre Copacabana, enchentes, favelas, falta d’água; a cidade e suas vitrines; personagens como o Profeta Gentileza e crianças e jovens em atividades como as de engraxates, entregadores de compras, músicos de rua. Neste módulo estão também cenas do carnaval, com baianas, ritmistas e blocos, e cenas da cidade à beira-mar, com o frescobol e as garotas que desfilavam sua beleza nas calçadas da Zona Sul. São registros sensíveis, poéticos, que respeitam os sujeitos nas imagens e os leitores do jornal, nunca apelando para o sensacionalismo.

A moda e as políticas do corpo: fotografias que revelam os novos modelos de gênero; a sensualidade feminina nas fotografias de moda; o unissex; os agentes da moda: prestigiados costureiros internacionais em viagem ao país.

O Correio na Copa: registros da primeira cobertura internacional de uma Copa do Mundo (Inglaterra,1966) realizada pelo jornal. Imagens curiosas de treinos e jogos amistosos e da participação brasileira na disputa.

Arte e resistência: os festivais da canção; a literatura; os espetáculos teatrais e os shows que marcaram a década de 1960. Fotografias que são uma amostra da diversidade e da riqueza da produção cultural do país.

Serviço:

Exposição “Correio da Manhã: uma revolução de imagens nos anos 1960”

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 4 (Endereço:  Avenida Almirante Barroso, 25- Centro - Metrô e VLT: Estação Carioca)

Abertura:30 de outubro (terça-feira), às 19h. Haverá visita guiada com a curadora da mostra, Maria do Carmo Rainho

Visitação: de 31 de outubro a 23 de dezembro de 2018

Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 21h

Entrada franca

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Acesso para pessoas com deficiência

Informações:(21) 3980-3815

 

Mesa-redonda e lançamento do catálogo da exposição

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinema 2

Data: 29 de novembro de 2018 (quinta-feira)

Horário: 17h

Convidados: Erno Schneider, Ruy Castro, Pery Cotta e Fuad Atala

Mediação: Maria do Carmo Rainho

Inscrições: distribuição de senhas uma hora antes do evento

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Capacidade: 80 lugares (mais 3 para cadeirantes)

 

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