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História de empresário negro mostra que sua raça é exceção no alcance do sucesso profissional

Autoridade quando o assunto é superação, Júlio de Campos deixou para trás três falências e hoje é consagrado profissional

Por Portal Eu, Rio! em 14/02/2022 às 17:38:55

Julio de Campos: matando um leão por dia. Foto: Divulgação

Aos 45 anos de idade, nascido e criado na Zona Leste de São Paulo (SP), no bairro de Itaquera, onde vive até hoje, Julio de Campos é empresário, palestrante, mentor, coach, PNL, investidor e consultor de empresas. Conhecido e admirado por suas diversas histórias de lutas e conquistas, o profissional de Química, especialista em Análises Físico-Químicas e Sistemas de Gestão da Qualidade, já atuou em gigantes multinacionais como Ambev e DuPont.

Empreendedor serial, co-autor do livro “Performance em Vendas”, pai de Pedro Lucas e CEO & Chairman do Grupo Júlio de Campos, holding que gere e administra negócios no Brasil, Júlio lembra de sua triste infância, cheia de privações. Ele trouxe para sua vida vários ensinamentos da família composta, em sua maioria, por militares. Separado, hoje solteiro e ainda abalado pela perda recente de sua mãe, ele divide seu tempo entre suas empresas e os cuidados com o filho Pedro, um jovem de quase 18 anos, e Pérola, uma cachorrinha idosa que era de sua mãe, por quem ele é apaixonado. “Venho de uma família muito humilde e unida. Fui criado sem pai. Já passei fome e conheci a miséria de perto. Eu me lembro do meu irmão chorando, pedindo leite, e minha mãe catando restos de comida na rua para alimentar a gente. Éramos sete na casa. Às vezes, o que ela conseguia não dava para todo mundo. Então, comia uma turma num dia e outra turma em outro, mas a preferência era das crianças. Sempre me emociono quando conto ou me lembro dessa história”.

Júlio herdou o nome e os ensinamentos do avô militar e credita boa parte do seu sucesso aos valores que recebeu, ainda menino, de uma família sempre muito unida. O estudo foi o caminho que ele escolheu para se tornar um profissional de sucesso, ganhar dinheiro, viajar ao exterior, conhecer o mundo e mudar a história da família. Como a grande maioria dos meninos, ainda adolescente sonhava em ser jogador de futebol e a frustração de não ter conseguido, ele diz que carrega até hoje em sua vida. “Eu jogava muito bem, era realmente um craque de bola e ainda arrisco, atualmente, por hobby. Participei de várias peneiras em grandes times, mas não tive incentivo da minha família para seguir no esporte. Aprendi a lutar pelos meus sonhos de outra forma e aos 12 anos comecei a trabalhar para ajudar em casa. Lembro que meu primeiro grande objetivo foi comprar um tênis e consegui. Depois, comprei minha bicicleta trabalhando em uma estamparia por alguns meses. Dali para frente resolvi que eu poderia ser o que quisesse e comecei minha vida sempre empreendendo”, lembra Julio. “Eu nunca pensei que esse caminho do empreendedorismo seria tão árduo, difícil, cheio de obstáculos e muralhas, mas a vontade de vencer sempre foi superior a todas as adversidades e eu venci todas elas, voltando cada vez mais forte”, diz.

Nas empresas onde trabalhou, aprendeu muita coisa, inclusive ser excelente em tudo o que faz. “Se não é para ser o melhor, eu nem entro no jogo”. Fã de James Bond desde criança, coleciona itens do 007 que estão espalhados pela casa e pelo escritório, onde passa 16 horas ou mais todos os dias. “Sou apaixonado pelo meu trabalho e vou trabalhar feliz todos os dias. Meu trabalho me deu tudo o que tenho hoje e já realizei muitos sonhos materiais também. Sou um pouco consumista, trabalho para alimentar meus sonhos, desejos. O fundo do poço me ensinou muita coisa, mas não abro mão de comer bem e me vestir bem. Sou um apaixonado por sapatos e perfumes. Minha ideia é trabalhar até os 50 anos para abrir mais um grande negócio, uma grande loja de perfumes, e me aposentar, mas não vou parar de trabalhar nunca”, afirma.

O nascimento de um empreendedor

Sempre empreendedor, Júlio começou a vender produtos muito cedo e, mesmo como funcionário, trabalhava em várias atividades paralelas até chegar ao título de empresário. Era rápido, assertivo e sempre impecavelmente bem vestido. A vontade de empreender veio com os grandes sonhos que tinha. “Sempre achei que empreender iria me aproximar dos meus sonhos mais rapidamente que como colaborador, executivo, diretor em alguma empresa. Não achei que seria tão difícil. Eu olhava um negócio, via que aquilo podia dar dinheiro e entrava sem medo, investindo tudo o que tinha. Errei algumas vezes, perdi tudo, fali, me endividei... Mas aprendi muito e consegui ser bem sucedido depois de tantos tombos”.

O grande segredo, segundo Julio, é que ele nunca apostou em um negócio só. Assim nasceu o Grupo Júlio de Campos, que hoje é formado por empresas de diversos setores. A pandemia também veio como um desafio e a empresa cresceu como nunca, tendo os melhores anos de sua brilhante história.

Engajamento Afro – Lidando com o preconceito pelo caminho

Defensor assíduo da causa afro, Julio participa de vários grupos de negócios afros e também lidera o seu próprio grupo de networking entre negros, o Black Business, que não impede a participação de outras etnias. A vontade de lutar pela causa apareceu quando enfrentou o primeiro grande preconceito por ser negro, ainda na infância. “Lembro desse dia com riqueza de detalhes. Eu estava na escola e percebi que a turma da minha sala estava fazendo circular alguma coisa que chegava até todo mundo, menos até mim. Achei estranho, mas como já me sentia rejeitado na hora de brincar e de fazer trabalhos de escola, demorei para resolver pegar o caderno que tinham mais de 100 piadas de negros, tipo “negro parado é suspeito, correndo é ladrão”. Entreguei para a professora Gloria e deu a maior confusão. Naquele dia nasceu um ativista”.

O preconceito aconteceu em muitos outros lugares, inclusive grandes lojas, e Júlio sempre passou por essas situações pensando firme em ser um negro de sucesso. “Hoje um negro andando num carro importado ainda chama a atenção, o preconceito está infiltrado na nossa sociedade, infelizmente, e a gente tem muito pelo que lutar ainda. Lidamos no dia a dia com o preconceito, mas passo por cima dele e brigo quando tenho que brigar”.

Bate–bola com Júlio

Medo: água, altura e aranhas

Alegria: meu trabalho e meu filho

Vício: trabalhar

Futuro: penso nisso 24 horas

Saudade: da minha mãe e do meu tio

Lazer: futebol

Família: minha maior referência

Trabalho: o que me alegra, minha razão de viver

Prazer: Deus

Sucesso: onde eu quero chegar e os leões que vou ter que matar pelo caminho

Dinheiro: traz felicidade, sim, não sou hipócrita


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