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Apresentador do "Mais Você" erra estimativa de brasileiros com planos de saúde

Associação do setor detalha que quase uma em quatro pessoas no País são atendidas por convênios

Por Daniel Israel em 14/02/2022 às 21:56:20

Larissa Tomásia entrou de vez no "BBB", na noite de ontem (13), após ficar por dois dias na Casa de Vidro junto com Gustavo Marsengo. Foto: Divulgação/TV Globo

Nesta segunda-feira (14), enquanto um dos apresentadores do programa "Mais Você" comentava sobre a interação da participante Larissa Tomásia com outros participantes do "Big Brother Brasil" 22, ele passou uma informação errada.

Ao ouvir um trecho em que a "sister" falava sobre sua trajetória pessoal, incluindo desigualdades socioeconômicas vividas ao lado da mãe, Ana Carmele, em Limoeiro (PE), o jornalista Fabricio Battaglini lamentou que "menos de 10% dos brasileiros contam com plano de saúde".

"A gente se diverte, ri, torce, mas um dos grandes méritos do 'Big Brother' é levar pra dentro da Casa brasileiros reais, que enfrentam os grandes problemas que a maioria da população brasileira enfrenta. Ela falou de plano de saúde, é um percentual muito pequeno, talvez menos de 10% dos brasileiros contam com plano de saúde. Então, conta com a nossa torcida, não exatamente pra ganhar, talvez pra ganhar, mas pra você sair da Casa e melhorar a situação da sua família", discursou ele, referindo-se também ao fato de a participante ter contado sobre o período em que a mãe contraiu covid-19, em 2021.

Battaglini teve a fala complementada pela de sua colega de programa e também apresentadora, Talitha Morete. "Bacana isso, todo mundo tem história para contar. Tem tempo e coração aberto para ouvir a história do outro. Boa sorte pra ela também". A dupla ocupa o lugar da titular, Ana Maria Braga, que estará de férias pelas próximas três semanas.

De acordo com a Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge), porém, esse percentual é superior ao citado pelo apresentador. A entidade afirma que cerca de um em cada quatro brasileiros pagam mensalmente por algum dos planos de saúde (ou convênios) disponíveis no País. Do total da população - 214 milhões de pessoas, com cerca de 770 nascimentos diários, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, a Abramge esclarece que atualmente 49 milhões brasileiras e brasileiros têm acesso a atendimento conveniado.

A reportagem entrou em contato com a produção do programa, perguntando se pretendia emitir um comunicado ou adiantar a retificação na edição de amanhã (15). Uma pessoa responsável nos deu retorno, no entanto a produção não respondeu à nossa mensagem.

Para assistir ao trecho contendo a informação equivocada, clique aqui.

Privatização

Em 2022, devido à pandemia, pela primeira vez desde o ano 2000, o Censo da população brasileira será realizado fora do intervalo de dez anos.

A Constituição de 1988 determinou a inclusão do Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado dois anos depois e que funciona de maneira tripartite e integrada entre público, privado, convênio. É esse modelo que promove o financiamento do SUS.

O deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), quando ministro da Saúde durante o governo Temer (2016-2018), defendeu a universalização dos planos de saúde no Brasil. Se adotada, a medida contrariaria a finalidade para a qual o próprio Sistema foi criado, que consegue se manter apesar do subfinanciamento.

Os planos de saúde no País são regulamentados pela Lei federal 9.656/1998, à qual se somou a Lei 9.961/2000, que criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão fiscalizador das empresas atuantes no setor. As duas legislações foram aprovadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

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