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Espetáculo 'Esperança na Revolta' leva histórias de resistência para o palco do Sesc Tijuca

Por Cristina Ramos em 30/10/2018 às 20:35:20

Foto: Divulgação

Música, contação e jogo se unem no palco e dão vida ao espetáculo “Esperança na Revolta”, que estreia sexta-feira (2), às 19 horas, no Sesc Tijuca. Abordando a guerra sob vários aspectos e diferentes pontos de vista, em diversos contextos mundiais, o que está em jogo é o ser humano diante da violência de seu tempo e como ele reage e sobrevive a isso. São sete histórias reais e fictícias em contextos de guerras contemporâneas no mundo, em uma montagem ousada, dinâmica e visceral, traduzindo em total perplexidade em sons, atos e movimentos.

Liberdade - amor - sobrevivência. As histórias são contadas pelos atores Alex Nanin, Cláudia Barbot, Cátia Costa, Tarso Gentil, Daniel Vargas, Lívia Prado, Nádia Bittencourt, Beà, Reinaldo Junior, com objetivo de mostrar como a violência atinge a todos, mesmo em diferentes escalas e que a única certeza é que não há vencedores, mas para alguns ainda resta alguma esperança. A partir de diversos personagens, esses atores cantam, contam, jogam, dançam, tocam e vivem histórias de guerra.

O olhar em direção à esfera mundial responde questões levantadas pelo capitalismo e pela globalização, em que migração, genocídio contra minorias, individualismo, cultura de consumo, manipulação midiática e tentativas de hegemonia são realidades efetivas. A peça mostra a perplexidade diante dos interesses dos que promovem as guerras, traduzindo cenicamente, em atos, sons e movimentos. A música é mais do que um elemento presente, é uma personagem que é executada ao vivo, guiando cada trama e seu contexto.

Um espetáculo do coletivo artístico Confraria do Impossível e o ineditismo da montagem se faz como um projeto de resistência. Totalmente idealizado, produzido, liderado por uma equipe negra. A soma do texto e direção de André Lemos, a direção artística geral de Hilton Cobra, o Cobrinha da Cia dos Comuns, supervisão cênica de Vilma Melo (primeira atriz negra a ganhar o prêmio Shell) e supervisão dramatúrgica de Rodrigo França, (dramaturgo e ator premiado), resultam em uma peça potente que se propõe a ser um marco na história do teatro negro do país.

“O estado de guerra, independente do lugar ou da cultura sempre se encontra vivo, principalmente em nós, negros e favelados. Em alguns momentos e lugares mais críticos, em outros apenas em destroços ou lembranças. Uma identidade humana sem fronteiras. A principal resistência que se faz nesse projeto é uma montagem totalmente idealizada por negros, que se propõem a universalizar o corpo e as ideias de pessoas negras em qualquer dramaturgia ou personagem rompendo com todo e qualquer tipo de estereótipo”, destaca o diretor André Lemos. 

O espetáculo fica em cartaz às sextas, sábados e domingos, sempre às 19 horas, no Sesc Tijuca, localizado na Rua Barão de Mesquita, número 539, Andaraí, Rio de Janeiro.

 

            

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