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"Homens devem ficar atentos", alerta especialista sobre câncer de pênis

Rodrigo Frota é chefe do departamento de urooncologia da SBU-RJ

Por Moura Júnior em 20/02/2022 às 08:10:11

Imagem: Divulgação

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a proporção de internações relacionadas ao câncer de pênis se manteve relativamente estável ao longo dos últimos cincos anos. Foram 1.961 em 2016; 2.017 (2017); 2.142 (2018); 2.194 (2019) e 1.951 em 2020. Contudo, a amputacão é uma das consequências deste tipo de câncer e, dados do DataSUS apontam que, em 2021, o Brasil registrou 1.791 casos.

Considerado um tumor raro, a patologia costumar ter uma maior incidência em homens a partir dos 50 anos, mas também pode atingir também os mais jovens. Entre os brasileiros, ele representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem pessoas do sexo masculino. A doença ainda é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

Dados científicos da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), ainda apontam que mais de 7000 pênis já foram amputados no país. Em 14 anos, esse número cresceu 1604% e a maior causa é o câncer. Nos últimos anos foram realizadas 515 cirurgias anuais para remover o órgão genital masculino.

As suas principais causas estão associadas às baixas condições socioeconômicas, de instrução, má higiene íntima, o estreitamento do prepúcio e a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano).

O urologista Rodrigo Frota é chefe do departamento de urooncologia da SBU-RJ. Ao portal Eu,Rio!, ele falou sobre os principais cuidados que os homens devem ter para evitar a doença.

"Os principais cuidados que os homens devem ter com o pênis são o autoexame, olhando o órgão diariamente para observar se há alguma alteração, uma vez que o câncer nesta região é diagnóstico através de alguma lesão suspeita. Assim como, tendo atenção com a higiene local, pois a doença está bastante associada a falta de higiene", alertou o urologista.

Vale destacar que a manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do órgão. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca, também conhecida como esmegma, pode ser um indicativo de câncer.

Segundo Rodrigo, ao perceber qualquer sintoma suspeito, o paciente deve procurar um médico.

"Os homens devem ficar atentos a quaisquer alterações a olho nu no pênis. E, imediatamente, quando identificar uma alteração, procurar um urologista. Isso porque, caso seja feito um diagnóstico inicial, uma simples ressecção resolverá o problema", avisou Rodrigo.

Ele ainda falou sobre as possibilidades de tratamento e quais as intervenções médicas para evitar o avanço da doença.

"O tratamento vai estar diretamente relacionado ao grau da evolução do tumor. Se for inicial, superficial e uma lesão pequena a simples ressecção resolve. Se for uma lesão mais avançada, pode ocorrer a necessidade de uma amputação parcial ou total do pênis. E aí, geralmente, surgem dúvidas sobre por onde o paciente vai urinar. Nestes casos, quando ocorre a amputação parcial, ainda é possível que o paciente urine normalmente. Se for uma amputação total, a excreção da urina poderá ser por meio de uma nova uretra na região perineal ou,.em casos mais avançados, usando uma sonda direto na bexiga. Se as lesões avançarem para além do pênis, além da cirurgia de ressecção pacial/total, é necessário uma abordagem para retirada dos gânglios e lifonodos da região inguinal", explicou o especialista.

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