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Greenpeace vê fusão dos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura como equívoco

Por Andrew Miranda em 01/11/2018 às 10:07:44

Reprodução de YouTube

A anunciada decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro, na última terça-feira, de fundir o Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura, continua gerando críticas entre os ambientalistas e organizações não-governamentais do setor. Nesta quarta-feira, a ONG internacional Greenpeace, com sede em Amsterdã, na Holanda e com escritórios em 55 países (entre os quais o Brasil), divulgou posicionamento crítico à iniciativa. Para a entidade, é um equívoco: 

Caso se concretize, a fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura será um grande equívoco e afetará o país tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

O Brasil é o país mais biodiverso do planeta, com a mais importante floresta do mundo. Um patrimônio único, que nos ajuda a ser um dos maiores produtores de alimentos do planeta. Precisamos fortalecer as instituições que protegem esse ativo, e não enfraquecê-las. Do ponto de vista econômico, é um tiro no pé. Mercados internacionais e consumidores querem garantias de que o nosso produto agrícola não esteja manchado com a destruição florestal. Ao extinguir o Ministério do Meio Ambiente, reduziremos o combate ao desmatamento, perdendo competitividade, o que pode inclusive afetar a geração de empregos. Além disso, o desmatamento, principalmente na Amazônia, ocorre majoritariamente de forma ilegal. Combater esse crime inclusive ajuda a fortalecer o produtor que respeita a lei. Podemos e devemos produzir sem desmatar. Isso nos torna mais competitivos. Enfraquecer o Ministério do Meio Ambiente e, consequentemente, o IBAMA coloca o Brasil no caminho oposto, na contramão do mundo, prejudicando o país em vários sentidos. O Greenpeace é crítico a qualquer posicionamento ou proposta que ofereça risco ao meio ambiente, às conquistas sociais e à democracia.

Na noite do último domingo, logo após as urnas proclamaram a vitória de Bolsonaro, a ONG divulgou um posicionamento, cobrando do presidente eleito o combate ao desmatamento no Brasil. Para Nilo D’Ávila, diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, tal medida evitaria o aumento da temperatura no planeta. “A natureza não pode ser vista como um mero recurso econômico, mas como uma garantia de vida das futuras gerações. Reduzir o combate ao desmatamento faz com que o Brasil perca competitividade econômica, o que pode inclusive afetar a geração de empregos. Mercados internacionais e consumidores querem garantias de que o nosso produto agrícola não esteja manchado com a destruição florestal”, afirmou D´Ávila.

História – O Greenpeace é uma entidade sem fins lucrativos, que foi fundada em 1971, por uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu de Vancouver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Esses ativistas acreditaram que a ação de indivíduos comuns pode fazer a diferença. Sua missão era testemunhar e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka, no Alaska. 

Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de broches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas não cabiam separadas no broche. Nascia assim o nome Greenpeace. Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados Unidos de detonarem a bomba. 

Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do planeta. Após forte pressão popular, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros. O protesto pacifista teve ainda consequências muito além da esperada. A ideia de que alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a maior organização ambientalista do mundo.

 

 

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