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Vice-governador eleito fala sobre os desafios do governo Witzel

Vereador do PSC, Cláudio Castro deu entrevista exclusiva ao portal

Por Cláudia Brito de Albuquerque e Sá em 06/11/2018 às 10:34:00

Vice-governador eleito afirma que fiscalização será reforçada para evitar desperdícios (Foto: Fábio Costa)

Muitos sabem quem é o novo governador do Estado do Rio. Mas e o vice? Nesta entrevista exclusiva ao Portal Eu Rio, o vice-governador eleito do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do Partido Social Cristão (PSC), fala sobre as expectativas para o cargo que assumirá a partir do próximo ano e demonstra seu entusiasmo com a nova missão. Cláudio é casado, tem dois filhos, de sete e dois anos, e cumpre até o final do ano o seu primeiro mandato de vereador. Antes de entrar na carreira política, se tornou advogado, músico, compositor e evangelizador católico. 

Portal Eu Rio: Quais as expectativas para atuar no governo estadual?

Cláudio Castro: Estou muito feliz e confiante. É uma honra ter sido escolhido pela população para tentar trazer dias melhores para o estado do Rio de Janeiro. Estou muito lisonjeado, mas também consciente de que será um desafio enorme.  As pessoas não agüentam mais cabides de empregos, mordomias, corrupção e essa velha política. A chapa nova de um ex-juiz e de um vereador de primeiro mandato é exatamente a prova de que o povo não quer mais esse modelo que vem governando há 20 anos, quer algo novo. Temos a missão de fazer o que o povo quer. Por conta da minha experiência e por tudo o que já colaborei com a sociedade pretendo ser um vice atuante. Já são 14 anos nesse meio político (também foi chefe de gabinete do deputado Márcio Pacheco) e acredito que eu tenho condição de colaborar muito. O Wilson já falou isso, sobre a importância da força do meu trabalho.

Quais serão os maiores desafios?

A previsão de déficit para 2019 é de 8 bilhões de reais, teremos mais de 10% de saldo devedor. Precisaremos fazer uma mudança radical em muitas coisas para que o nosso Estado volte a ser forte, a dar emprego, segurança, saúde e educação. Em primeiro lugar, temos que arrumar a casa e levantar de forma criteriosa a situação atual. Fazer um corte profundo, porém responsável, porque o corte irresponsável piora a situação, não podemos parar a máquina e diminuir o serviço para as pessoas por causa de dinheiro.  Eu sou contra gastar mais do que arrecada, mas vamos olhar tudo com muita responsabilidade e diminuir os gastos desnecessários, para que possamos ter uma gestão efetiva e de qualidade.

Durante a Campanha Eleitoral, o governador eleito afirmou que vai usar os serviços de saúde do estado, não terá mais o próprio plano de saúde, como vocês pretendem melhorar a saúde do estado?

Em primeiro lugar, vamos voltar a gastar pelo menos o mínimo exigido pela Constituição, os 12,5% que não são gastos há muito tempo. Em segundo, faremos uma fiscalização nas Organizações Sociais de Saúde (OSS) para tirar os “ralos”. Vamos olhar os contratos e fazer uma fiscalização firme, mas dentro da lei, sem perseguição a ninguém. Entendemos que já vai melhorar muito somente diminuindo a corrupção e gastando o que a lei manda para a saúde. O processo de fiscalização é fundamental. O médico fica animado quando percebe que tudo está funcionando de forma séria. E principalmente, precisamos dar o exemplo, cortando na carne, vamos tirar mordomias do governador, do vice e dos secretários. O dinheiro do povo deve ser gasto para o povo e não para regalias de políticos.

Qual a sua avaliação sobre as eleições de 2018?

A população retomou seu papel na sociedade, na democracia. O princípio da representatividade, que é o que norteia nosso direito eleitoral, é que a voz dos políticos seja a voz daqueles que os elegeram. Quando isso não acontecer, o certo é que a população tire aqueles que não falam mais por ela. Esse é um processo que aconteceu na prática nessas eleições. Entraram muitos políticos novos e de fora da política. Particularmente no estado do Rio de Janeiro, a população mostrou que não quer mais o mesmo processo político, de governador preso, presidente da Câmara preso e secretários presos. Acho que essa renovação mostrou que a sociedade deseja políticos que ouçam a voz do povo.

O que lhe motivou a entrar na política?

A oportunidade de poder ajudar, de fazer a diferença na vida das pessoas, de colocar tudo o que aprendi e sei a serviço da comunidade. Eu já fazia isso como cantor e evangelizador e hoje sou motivado a doar o tempo  que eu tenho para realmente melhorar a história do povo. Meus projetos como vereador mostram isso. Tive um mandato curto, mas de qualidade. Gosto muito da Câmara, saio com o coração grato, feliz, mas também triste por deixar esse trabalho na cidade.

Em quem você se inspirou para seguir sua carreira política?

Em Jesus Cristo, que deu a vida por toda uma coletividade. Não há amor maior do que aquele que dá a sua vida pelos outros. Assim você mostra que ama seu Estado, sua cidade. Mas não só na política, mas também com nossa profissão, na escola ou no bairro. Nem todos têm vocação política e não é só político que pode fazer ações para o bem comum. Toda pessoa deve ser cidadã aonde quer que esteja, no trabalho, em casa, ensinando os filhos, ajudando alguém que precisa, pagando suas dívidas etc. Existem inúmeras maneiras de ser cidadão, a política é apenas uma delas.

Em algum momento da sua carreira política, você pensou em desistir?

Quando eu perdi a primeira eleição em 2012, eu disse que só tentaria mais uma vez. Acreditava que se perdesse a política não seria a missão reservada para mim. Creio que não devemos ficar batendo na mesma tecla sempre, eu respeito muito a vontade do povo. Sempre entendi que poderia ser útil à sociedade com advogado, como cidadão, como pai e marido. Quis Deus que eu fosse eleito para a Câmara dos Vereadores e agora para o governo do Rio. Estou aqui para servir, mas no dia em que não estiver mais aqui vou continuar servindo como cidadão.

O que o senhor pretende fazer ainda como vereador?

Nesse meu fim de mandato, estou trabalhando para aprovar um projeto que permite que as empresas de plano de saúde paguem suas dívidas atendendo a população de graça. Estou trabalhando nisso com muito afinco porque elas têm uma dívida enorme.

Qual a sua mensagem para a população? E para os novos políticos?

Para a população, só tenho a agradecer a população do Rio essa vitória, por confiar em nossa trajetória e sonho de um Estado melhor. Saibam que iremos nos dedicar muito para melhorar nosso Estado de vez. Desejo que os políticos eleitos possam fazer uma política nova e que não repitam os mesmos erros. Para aqueles que têm vocação à carreira política sugiro que realmente se preparem. Precisamos de pessoas preparadas, que saibam o que estão fazendo, que não queiram apenas um emprego, mas realmente tenham qualidade para ajudar a população. É isso que precisamos. A palavra política quer dizer cuidar da cidade, do espaço e do povo. O papel do político é cuidar das pessoas, gastar o dinheiro público para o povo e fazer as leis em prol da sociedade.

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