Desmistificar a ciência, trazer conhecimentos relevantes para o dia a dia dos estudantes e estabelecer uma ponte direta entre universidade e escola são alguns objetivos do projeto ‘A ciência, a divulgação científica e a educação caminhando juntas’, iniciativa integrada ao Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA) na cidade de Niterói.
O projeto tem como enfoque aproximar os estudantes das escolas municipais de Niterói do universo da ciência e da pesquisa, por meio da realização de palestras, excursões às unidades acadêmicas da UFF e atividades práticas feitas com o corpo discente do ensino fundamental, médio, seus professores e até mesmo os responsáveis dos estudantes. O reitor da Universidade Federal Fluminense comentou o PDPA e a importância do projeto desenvolvido para a sociedade.
“Este é mais um projeto que apresenta a universidade pública para a sociedade. Um exercício de inclusão social extremamente importante, por aproximar a população à oportunidade da formação profissional, do desenvolvimento científico, além de toda troca e disseminação de conhecimento. Uma iniciativa que se realiza através do PDPA, um programa que busca soluções para problemas sociais, econômicos e ambientais de Niterói, parceria entre a UFF e a prefeitura de municipal, e que é fruto de uma visão estratégica da prefeito Axel Grael e do ex-prefeito Rodrigo Neves que enxergam na educação, ciência e tecnologia a solução para avançar em uma sociedade mais justa e melhor desenvolvida”, ressalta o reitor.
Durante o período de pandemia do novo coronavírus e do distanciamento social, a ação se configurou remotamente e buscou conscientizar crianças e adolescentes sobre os variados assuntos das áreas da ciências biológicas e da saúde. Neste período, palestras disseminando informações importantes de prevenção contra a Covid-19 e combatendo a desinformação foram ministradas por professores universitários.
Além da interdisciplinaridade estabelecida nas diversas pautas abordadas pelo projeto, a professora e pesquisadora do Instituto de Biologia Karin da Costa Calaza também valorizou a iniciativa como uma oportunidade dos estudantes e docentes das escolas públicas quebrarem os estereótipos. Por conta disso, a pesquisa conta com atividades como “Converse com uma Cientista” e uma equipe composta majoritariamente por mulheres para abordar a inclusão.
“É muito importante quebrarmos os prejuízos nos desempenhos dos alunos que possuem estereótipos estigmatizados como negativos ou não pertencentes. Por exemplo, mulher e Ciência. Tem todo um estereótipo de que ciência está mais associada com homem do que com mulher. Dentro dessa perspectiva, o projeto tem majoritariamente professoras que fazem pesquisa na UFF. Muito na ideia de que é importante mostrarmos pros estudantes e docentes que Ciência também é feita por mulheres. Lugar de mulher é onde ela quiser, né?”, indagou a professora.
Outro ponto desenvolvido nas idas às escolas e palestras online foi o combate à desinformação, uma vez que os ataques contra o ensino superior público cresceram nos últimos anos. As atividades propostas mostram aos professores e alunos das escolas públicas o que de fato é produzido em uma instituição pública de ensino superior
A vice-coordenadora da licenciatura da UFF e professora do departamento de Biologia Marinha, Cinthya Simone Gomes Santos, é uma das pesquisadoras que contribuíram para a existência do projeto e comentou sobre a importância dele. “É a oportunidade de mostrar quais são as reais atribuições da Instituição, qual tipo de conhecimento é produzido e a dependência da ciência básica à aplicada”, destacou.
Atualmente o projeto está sendo desenvolvido em nove escolas municipais cadastradas e já se planeja o retorno das atividades presenciais. Para mais informações sobre a iniciativa acesse o perfil no Instagram @uff.nas.escolas.