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Interrogatório dos réus pela execução de contraventor Fernando Iggnácio é marcado para 8 de abril

Morto a tiros em novembro de 2020, vítima era genro de Castor de Andrade, chefe do jogo do bicho no Rio

Por Portal Eu, Rio! em 24/03/2022 às 06:11:15

Alvo de um atentado na Barra que causou a morte do filho, Rogério de Andrade é apontado na denúncia do MPRJ como mandante da execução do rival Fernando Iggnácio. Foto: Reprodução Internet

A juíza Tula Corrêa de Mello, da 1ª Vara Criminal da Capital, designou para o dia 8 de abril, às 13 horas, a continuação da audiência de instrução e julgamento do processo que apura a morte do contraventor Fernando Iggnácio, executado a tiros em novembro de 2020. Na audiência serão ouvidas as últimas testemunhas e é previsto o interrogatório dos réus. O crime aconteceu no estacionamento da empresa Heli-Rio Táxi Aéreo, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Genro do bicheiro de Castor de Andrade, Iggnácio foi vítima de uma emboscada após chegar de Angra dos Reis de helicóptero.

Na sexta-feira (18/3), foram ouvidas seis testemunhas: o piloto do helicóptero, Diego Luiz Ticcheti, por videoconferência; o delegado Moysés Santana Gomes, Paulo Phillippe da Silva Botelho, Jorge Alexandre Ferreira da Silva, Carmem Lucia de Andrade Iggnácio, viúva da vítima, que prestou depoimento também por videoconferência; e a perita criminal Laura Almeida Barbosa.

Terceira testemunha a depor, o vendedor de carros Paulo Phillippe foi preso em flagrante durante a audiência. Segundo a juíza, o homem teria mentido reiteradamente. Antes da prisão, ele confirmou ser amigo de Ygor Rodrigues, o Farofa, um dos acusados de participação no assassinato. Ele também disse conhecer os réus Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro e Rodrigo da Silva Neves. Paulo Phillippe foi questionado pela promotora do Ministério Público por ter mudado seu depoimento, na delegacia, por duas vezes.

São acusados de participação no crime, Rodrigo Silva das Neves e Marcio Araújo de Souza, que estão presos e participaram da audiência; Ygor Rodrigues Santos da Cruz e os irmãos Pedro Emanuel D’Onofre e Otto Samuel d’Onofre, que estão foragidos.

Portal dos Procurados divulgou cartaz para ajudar na captura dos investigados pelo assassinato do contraventor Fernando Iggnácio

O processo criminal foi instalado com base em denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A 3ª Promotoria de Investigação Especializada denunciou à Justiça seis homens pelo assassinato de Fernando de Miranda Iggnacio, ocorrido em 10 de novembro de 2020 no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes. A vítima Fernando Iggnacio e o mandante do crime, o denunciado Rogério de Andrade, são, respectivamente, genro e sobrinho do falecido contraventor Castor de Andrade, que foi chefe do jogo do bicho no Estado do Rio de Janeiro

De acordo com a denúncia, oferecida na quinta-feira (11/03) junto à 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri, o crime foi cometido por Rodrigo Silva das Neves, Ygor Rodrigues Santos da Cruz, vulgo Farofa, Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, vulgo Pedrinho, e Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, seguindo ordens de Marcio Araujo de Souza e Rogério Costa de Andrade e Silva, vulgo Patrão.

A denúncia descreve que, por volta das 9h, os quatro primeiros denunciados chegaram de automóvel ao local do crime, tendo três deles invadido o terreno baldio que faz divisa com o heliporto, munidos de, pelo menos, duas armas de fogo de alta energia cinética (fuzis PARA FAL e AK-47, ambos de calibre 7,62 mm). Após aguardarem por cerca de quatro horas, Fernando Iggnacio desembarcou em seu helicóptero, retornando de Angra dos Reis. Os denunciados, então, posicionaram suas armas em cima do muro contíguo ao do estacionamento do heliporto, a uma distância de, aproximadamente, quatro metros do local onde estava estacionado o automóvel dele. A vítima foi alvejada com três disparos, um deles na região da cabeça.

Ainda segundo a denúncia, Marcio Araujo de Souza, um dos responsáveis pela segurança pessoal de Rogério de Andrade, foi o responsável por contratar, a mando de Rogério, os demais denunciados para executarem o crime. A investigação identificou que Rodrigo das Neves e Ygor da Cruz já trabalharam como seguranças da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério de Andrade.

Todos os seis foram denunciados por homicídio qualificado.

Processo: 0263379-25.2020.8.19.0001








Fonte: Tribunal de Justiça e Ministério Público do Rio de Janeiro

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