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Dignidade negada

Trans e travestis cariocas fazem uma refeição ou menos por dia, revela pesquisa da Prefeitura

Levantamento foi feito junto a 526 pessoas e traçou diagnóstico da população LGBTI+ sobre acesso à saúde, escolaridade, renda e ao mercado de trabalho formal


Agentes trans e travestis foram selecionados para fazer o trabalho de campo. Fotos: Alexandre Macieira/Prefeitura do Rio

Os números impressionam: 83% dos entrevistados afirmam já terem sofrido violência dentro da escola, e dois em cada três já sofreram violência por serem trans. Os dados resultam de entrevistas feitas com 526 pessoas trans e travestis cadastradas na primeira etapa do projeto Garupa, realizada entre julho e outubro de 2021 pela Prefeitura do Rio. A iniciativa foi da Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública (SEGOVI), por meio da Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a Coordenadoria-Geral de Relações Internacionais e Cooperação.

O levantamento incluiu perguntas sobre a realidade socioeconômica, a escolaridade, a saúde e o acesso ao mercado formal de trabalho da população trans e travesti carioca. Dentre outros dados, a iniciativa apontou que um a cada três entrevistados faz uma refeição por dia, ou menos, além de 72% dos participantes que deixaram de estudar devido a dificuldades financeiras ou falta de dinheiro.

“Dentro da comunidade LGBTI+, as pessoas trans e travestis são as que enfrentam as maiores barreiras de acesso à saúde, ao trabalho formal e a condições dignas de vida, e estudos apontam que a pandemia agravou ainda mais este cenário. Estes dados dão um panorama de como ainda há muito a se fazer em prol destas pessoas, e poderão servir de base para inúmeras políticas públicas. A sociedade não pode fechar os olhos para a realidade de quem mais necessita de oportunidades”, afirma o coordenador executivo da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson.

As entrevistas aconteceram no âmbito do primeiro trimestre do projeto Garupa, cujo objetivo foi facilitar o acesso da população trans e travesti à saúde, por meio do acompanhamento até a vacinação contra a Covid-19 e da orientação sobre os serviços municipais. Ao todo, foram 723 pessoas trans e travestis atendidas pelo programa nesta primeira etapa. Dessas, 526 participaram integralmente da pesquisa.

A ação, que envolveu agentes trans e travestis atuantes em todas as áreas programáticas da cidade, foi uma das 18 selecionadas para participarem do "Partnership for Healthy Cities: Covid-19 Response" ("Parceria para Cidades Saudáveis: Resposta para a Covid-19", em português), iniciativa liderada pela Bloomberg Philanthropies em parceria com a Organização Mundial da Saúde e a Vital Strategies, que concedeu ao Rio de Janeiro US$ 50 mil para a execução do programa. A segunda etapa do projeto está prevista para ser lançada ainda no primeiro semestre deste ano.

“Estabelecer políticas públicas de promoção da dignidade de todas as pessoas só é possível por meio do comprometimento com a garantia do acesso delas à renda, à saúde, à cultura e à educação. A partir do Garupa, pavimentamos este caminho que vem sendo construído pela Prefeitura do Rio com o objetivo de assegurar e ampliar os direitos da população trans e travesti, que merece toda a atenção do poder público”, afirma o secretário municipal de Governo e Integridade Pública, Tony Chalita.



Confira os destaques do levantamento, nas tabelas elaboradas pelo Portal Eu, Rio! a partir de dados fornecidos pela SEGOVI Rio.



Tabelas e fotomontagens elaboradas a partir de pesquisa realizada pela Prefeitura. Imagem: SEGOVI Rio/Reprodução

SEGOVI/Prefeitura do Rio

Transexualidade Travesti LGBTQIA+ Direitos Humanos Prefeitura

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