Roberto Dinamite, maior ídolo do Vasco, comemora 68 anos recebendo título de Benemérito do clube

Uma noite de grandes emoções para o torcedor vascaíno na Sede Náutica da Lagoa. No dia em que completou 68 anos de idade, Roberto Dinamite, que está em tratamento de um câncer, recebeu o título de Benemérito do Vasco da Gama das mãos do presidente Jorge Salgado. O salão estava totalmente lotado com a presença de familiares, amigos ilustres, Conselheiros, Grandes Beneméritos e Beneméritos, além de jornalistas, funcionários e jogadores da base.

“É um momento de muita emoção. O Vasco faz parte da minha vida, da minha história. Não existe nada mais importante por trás de um grande profissional do que ter uma família. Essa é minha vida, minha história. E sempre que eu lembro de alguém, eu lembro do Vasco. Agora é o momento de, mais do que palavras, ação de todos, para termos um Vasco cada vez melhor”, disse Dinamite.

Responsável pela indicação de Roberto ao Conselho de Beneméritos, o presidente Jorge Salgado fez questão de ressaltar os feitos do craque.

"Roberto, você foi responsável por milhares e milhares de sócios do Vasco. Eu me tornei sócio do Vasco muito por ver o Roberto em campo, por sua dedicação ao clube. Se estivesse atuando hoje, seu valor seria incalculável”, disse o presidente.

O Grande Benemérito José Carlos Osório, autor do parecer que deu o título de Benemérito a Roberto, ressaltou as imensas alegrias que o ex-jogador deu a todos os vascaínos. Manuel Moutinho, ex-vice-presidente médico do clube e amigo de Dinamite relatou:

“Você escreveu vitórias indeléveis com seus gols. Maior ídolo, maior artilheiro e quase sempre com um sorriso nos lábios”.

Durante o evento, o jornalista Eraldo Leite, da Rádio Globo, leu uma crônica de Nélson Rodrigues publicada em maio de 1980, logo após Roberto voltar ao Vasco e golear o Corinthians com cinco gols do ídolo. Veja um trecho da crônica:

"E então, aconteceu o milagre, o cínico e deslavado milagre. Roberto, o homem que não marcava mais gols, fez cinco. Os torcedores do Corinthians não entenderam mais nada. Aquele não era jogador que era tido como liquidado, como decadente? Mas todos conheciam Zizinho, um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Ele quebrou a perna duas vezes (acho que, salvo engano, duas vezes). Pois Zizinho ficou melhor que nunca. E Roberto, que não quebrara a perna de ninguém, mostrou que estava no apogeu de sua forma".

Outro momento de grande emoção foi o reencontro de Roberto Dinamite com o fotógrafo Ronaldo Theobald, autor da foto mais famosa do ídolo, no estádio da Portuguesa da Ilha do Governador, num corredor humano. A foto rendeu a Theobald o Prêmio Esso de Fotografia em 1977.