Os prédios vizinhos à pedreira do morro do Cantagalo em Copacabana, na zona sul carioca, há anos sofrem com um problema crônico: o acúmulo de lixo. De acordo com moradores, a sujeira é desprezada pela comunidade Pavão/Pavãozinho e acaba ficando amontoada nos arredores dos condomínios e sob pontos planos da encosta. Além disso, eles relatam que faz quatro meses que a Comlurb não aparece para realizar uma limpeza no local.
Enrique Gattuso, 45, é síndico há sete anos em um dos prédios que fica na rua Djalma Ulrich, próximo ao local do acúmulo de lixo. Segundo ele, devido à situação, os condôminos tentaram junto à prefeitura da cidade a isenção no pagamento do IPTU, mas não conseguiram.
"Por causa desse lixo, hoje, precisamos aumentar de três para cinco funcionários. Essa é a quantidade necessária para manter a arrumação. Ainda existe a questão do mau cheiro e o barulho, pois não tem hora para eles jogarem os entulhos. Cai geladeira, fogão, armário e tudo mais que não seja utilizado. Da nossa janela conseguimos ver o pessoal jogando. Por este motivo, também tivemos que fazer uma obra de fechamento para evitar que os condôminos passassem pelo local e fossem atingidos por algum objeto", contou Enrique.
O síndico revelou que para construir a barreira foram gastos R$ 80 mil. Entretanto, mesmo assim, alguns móveis chegaram a cair sobre as janelas dos apartamentos deixando quem reside por ali assustado. Ele também disse que procurou a Associação de Moradores de Copacabana (AMACOPA), a Comlurb e a Prefeitura do Rio, porém, não conseguiu resolver o problema.
Em nota ao Portal Eu,Rio!, a Comlurb informou que existem algumas dificuldades na realização de serviços na área:
"A Rua Djalma Ulrich é atendida com varrição diária e coleta noturna as segundas, quartas e sextas, a partir das 21h. A Comlurb está realizando desde o dia 1° de novembro uma ação de limpeza da encosta do Morro Pavão-Pavãozinho com os garis alpinistas, que utilizam a técnica de rapel.
Nesse período, já foram removidas cerca de 12 toneladas de resíduos da comunidade. O serviço está em fase final, mas duas questões têm dificultado o trabalho: as chuvas que tornam a encosta escorregadia e as operações policiais constantes na região. Isso acaba interrompendo os serviços para que os funcionários da Companhia não sejam expostos a riscos."
A reportagem procurou a Associação de Moradores do Pavão/Pavãozinho para tentar esclarecer os fatos, mas até o fechamento da matéria não obteve nenhum posicionamento da entidade.