Terreirão do Samba vai celebrar a diversidade sexual

Nesta véspera de feriado, quarta-feira (14) vai acontecer o 1° Festival Carioca da Diversidade que reunirá mais de 50 artistas da cena cultural LGBT carioca.  O festival é um pré-carnaval, idealizado e realizado pelo ator transformista TBengston. O festival levou pelo menos cinco anos para acontecer e finalmente, este ano, a oportunidade de realização se concretizou e o 1º Festival Carioca da Diversidade vai acontecer, no Terreirão do Samba, a partir das 20h, e já faz parte do calendário municipal de eventos. O festival terá como anfitriãs duas personalidades da cena LGBT: TBengston e Meime dos Brilhos que prometem agitar o evento.

Além da música e apresentação de artistas da diversidade, haverá barraquinhas de comidas e suvenirs direcionados ao público LGBT e público em geral. Segundo a organização, todos são aceitos, desde que cheguem com respeito ao evento e com os participantes. O intuito do evento é agregar, multiplicar, trazer alegria e potencializar a cultura LGBT na cidade, já que o Rio de Janeiro é considerado a porta de entrada da diversidade no Brasil.

“Este evento pede paz, dignidade e respeito. Dignidade para os lgbts que são discriminados em vários segmentos. Que por vezes, têm salários diferenciados somente pelo que são. A homofobia ainda predomina no país. Mas acredito em Deus e lutamos por dias melhores. Aceite ou me respeite. Viva a vida com fé! É meu lema”, explicou TBengston.

Ao som da bateria da escola da samba Estácio de Sá, o carnavalesco e comentarista de carnaval, Milton Cunha será coroado o "Rei da Noite". Milton Cunha é uma das personalidades mais carismáticas e populares do carnaval carioca. Suas aparições são sempre alegres e glamorosas e prometem não fugir a regra durante a coroação. Milton Cunha também é referência quando o assunto é diversidade.

 “O evento é legítimo porque parte da TBengston. O lugar de fala é da travesti e isso tá corretíssimo! A  liderança tem que ser diversa e a TBengston e a Meime são representantes legítimas. E gosto que o evento seja no palco João da Baiana, que era negro e sambista tão discriminado. Correu muito da polícia. E vemos que a luta continua. Dos anos 20 pra cá, continuamos tentando sair da catalogação de doentes. Mas somos todos humanos, somos todos irmãos. E o evento, é uma chance da gente se juntar no Terreirão e dizer: Olha! A gente tá aqui. Continuamos, ninguém larga a mão de ninguém”, concluiu o carnavalesco.

Além da coroação, haverá a aclamação da corte da Banda das Quengas 2019. A Banda das Quengas é uma banda que festeja o Carnaval há 28 anos, com sua corte na terça-feira de carnaval sempre com concentração às 16h ao lado do Bar das Quengas e concentra cerca de 45 mil pessoas.