A Acadêmicos de Vigário Geral contou a história da regiãoo que ficou conhecida como “Pequena África’’, localizada no Centro do Rio, enaltecendo sua população, seus valores urbanos e artísticos como pertencimento histórico-cultural da cidade. A escola trouxe a origem da saga do negro no Brasil até os dias atuais.
A agremiação contou na avenida a passagem dos negros escravizados através do Cais do Valongo, as histórias desse povo, pautadas pela luta e resistência até a construção da identidade negra, com "a raiz cultural do samba na Pedra do Sal" cantada no enredo.
A paradinha com agogôs da bateria foi um show à parte, levantando o público na Sapucaí. Já as baianas demonstraram a visão europeia através da obra “O Vendedor de Flores”, de Jean-Baptiste Debret.
Da escravidão ao pertencimento, a escola de samba trouxe para a Sapucaí um tema atualíssimo, passando pelos direitos dos negros. A representação fiel do desfile foi o terceiro carro alegórico, com dois cenários estabelecendo um diálogo metafórico entre a região da Pequena África e um navio negreiro controlado pelas políticas de Segurança Pública do Estado, credenciado pelo racismo da sociedade brasileira.