A Império da Tijuca exaltou na Sapucaí o valor ancestral da comunidade da Formiga e o seu maior fruto: o sambista. Um dos elos e dos maiores questionamentos e motivos para a formação dos Quilombos era o processo de inclusão de atores negros nos ciclos de decisão e organização dos desfiles das escolas de samba.
Os ritmistas da bateria chegaram fantasiados de partideiros para homenagear o partido alto, o samba de raiz, que tem relação direta com seus fundadores, como Candeia, Nei Lopes, Wilson Moreira e Neizinho. Uma ode ao ritmo, que já foi rechaçado pela sociedade carioca por ter surgido nas favelas.
A agremiação mostrou a arte popular negra pelos afoxés, os sambas de roda e de caboclo, e os candomblés. Um dos casais de mestre sala e porta bandeira veio fantasiado de "Revolta da Chibata", movimento liderado pelo marinheiro negro João Cândido.
As alas de quilombos foram o ponto forte do desfile, com destaque para a ala "Zumbi dos Palmares", tema de diversos enredos de escolas de samba históricos. O último carro alegórico, inclusive, mostra o Quilombo se “encontrando” com a Império da Tijuca. O samba de comunidades majoritariamente negras convergem como resistências na manutenção dos pilares e valores fundamentais do Rio.