A Auditoria da Justiça Militar do Rio de Janeiro ouviu ontem (17) os depoimentos de nove testemunhas de acusação no caso da morte da jovem Kathlen Romeu, em julho de 2021. Ela tinha 24 anos e estava grávida, quando foi morta por um tiro no Complexo do Lins, na zona norte da cidade do Rio.
Cinco policiais militares são acusados de fraude processual. Ouvida na audiência de ontem, a primeira do caso, Jackeline Oliveira, mãe da vítima, disse que não havia confronto armado entre policiais e criminosos da comunidade no momento em que Kathlen foi baleada.
“Kathlen teve sua vida interrompida por homens de farda, que deveriam nos proteger. Isso é o retrato da covardia. Minha filha era muito querida, educada, estudiosa, saudável, feliz, linda! Ela era uma inspiração para outras meninas da comunidade. Hoje eu sou uma mãe sem filha, uma avó sem neto. Fui condenada eternamente à dor”, afirmou a mãe, segundo informações do Tribunal de Justiça.
A avó, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, disse que o local estava calmo enquanto ela caminhava com a neta pela rua e que, logo em seguida, ouviram tiros. Nesse momento, Kathlen caiu no chão.
Já o pai de Kethlen, Luciano dos Santos Gonçalves, disse que recebeu, de um morador da comunidade, um vídeo que mostra policiais recolhendo cartuchos de bala do chão, depois da vítima ter sido atingida. O vídeo também está anexado no processo.
Policiais militares ouvidos ontem disseram que estavam em patrulhamento e que, após ouvirem os disparos, se dirigiram até o local e encontraram Kathlen caída.
A próxima audiência está marcada para o dia 27, quando será ouvida mais uma testemunha de acusação.
Fonte: Agência Brasil