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Marcelo Piloto chegou a movimentar R$ 17 milhões quando era chefe de boca de fumo no Rio

Estadia do traficante em nove meses girou por três comunidades

Por Mario Hugo Monken em 20/11/2018 às 11:01:16

Foto: Divulgação Polícia Civil

Expulso do Paraguai após ter sido acusado de matar uma jovem de 18 anos dentro da cadeia em um país vizinho, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, chegou a movimentar em um período de nove meses, cerca de R$ 17 milhões na quadrilha que comandava nas favelas de Manguinhos, Jacarezinho e Mandela, na Zona Norte do Rio.

A informação consta em um processo que tramitou na 33º Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio da qual Piloto foi condenado em 2015. a cinco anos de prisão por associação para o tráfico de drogas.

Os policiais chegaram até esse valor após apreenderem uma agenda através da qual foi possível comprovar a compra e venda de drogas, armas, munições e material para endolação.

O processo revela atividades da quadrilha de Piloto entre os meses de maio de 2009 e maio de 2010.

Piloto, segundo as investigações, era o chefe do tráfico na Mandela  e prestava contas a José Benemário de Araújo, que estava preso em penitenciária federal.

Piloto escolhia o Jacarezinho para se esconder. Através de através das diligências de interceptação telefônica, foi possível constatar que o traficante era responsável também por fomentar a prática do roubo de automóveis na região em que atuava. O próprio vulgo de Piloto lhe foi conferido em razão da sua habilidade em conduzir veículos o que, todavia, não fazia mais, pessoalmente, por ter alcançado posição de gerência no tráfico de drogas. 

Condenado por roubo

Em outro processo da Justiça fluminense, Piloto foi condenado a sete anos e quatro meses de prisão por roubo em 2014.

O fato ocorreu no dia 1º de setembro de 2010, por volta das 19h40min, na Avenida Pastor Martin Luther King Jr., em Tomás Coelho, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, o traficante foi acusado de roubar um aparelho de telefonia móvel, bem como cartões e documentos de um homem. A vítima estava em um ponto de ônibus quando um automóvel Honda CRV cor prata, placa não anotada, passou com baixa velocidade, efetuou marcha ré e parou na sua frente.

Nessa ocasião, Piloto, que se encontrava no banco do carona do citado veículo, empunhando uma arma de fogo com detalhes cromados e carregador alongado em direção à vítima anunciou o assalto. Constrangido pela grave ameaça que lhe foi perpetrada, o rapaz não reagiu, atendendo às ordens do bandido. Na época, outras vítimas reconheceram Marcelo como o autor de vários roubos.

Em um outro processo que responde, desta vez de 2017, Marcelo Piloto também foi apontado como líder do tráfico na Favela do Mandela e que já estaria escondido no Paraguai, estando fornecendo armas, drogas e munições para o Rio. A investigação apontou o envolvimento dele com quadrilhas do tráfico em outras favelas da cidade: Manguinhos, Parque Arará, Nova Holanda, CCPL, Varginha, Mangueira e Tuiuti, todas nas Zona Norte. Além de tráfico de drogas, os criminosos também estavam envolvidos com roubo de cargas e roubos de estabelecimentos comerciais que atuavam na venda de aparelhos de telefonia. 

Acordo com milícia 

Marcelo Piloto, em seus tempos de chefe do tráfico no Rio, chegou a fazer acordo com milicianos que atuavam no Conjunto Habitacional dos Ex-Combatentes em Manguinhos para a instalação de gatonet em seus redutos. Sua quadrilha chegou a negociar armas também com o grupo paramilitar que atuava na região, inclusive de material bélico apreendido com outros traficantes.

Piloto responde a outros dez processos na Justiça fluminense por roubo, quadrilha ou bando e tráfico de drogas. Há autos nos municípios de Angra dos Reis, na Região Costa Verde fluminense, Teresópolis, na Região Serrana e Macaé, no Norte Fluminense. 
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