Sentindo-se ameaçados pelo discurso privatizante do presidente eleito Jair Bolsonaro, cerca de 400 jovens de 18 a 29 anos de todas as cinco regiões do país se reuniram no último fim de semana na 1ª Conferência Nacional Livre de Juventude e Saúde (CNLJS), na Universidade de Brasília (UNB), em Brasília (DF). O evento foi organizado pelo Conselho Nacional de Saúde e nele os participantes propuseram fortalecer os mecanismos de transparência de repasses de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) para o setor privado e resgatar a valorização do SUS pelos profissionais de saúde.
No final do encontro, que começou no último dia 16 e terminou no domingo, foi apresentado o relatório final da Conferência, que inclui propostas de retomar a agenda de prioridades para o desenvolvimento de pesquisas no SUS, fortalecer projetos uqe discutam o uso racional de agrotóxicos e estratégias para aumentar a participação da juventude nos conselhos de saúde, além de alcançar os jovens que não estudam nem trabalham (a chamada geração nem-nem), para participar de debates sobre saúde pública e lutar contra a reforma trabalhista, que afeta milhares de jovens que estão no mercado de trabalho.
Houve ainda 15 rodas de conversa sobre temas que foram de agrotóxicos, medicalização, machismo, LGBTfobia, racismo e outros.
“Essa conferência foi uma marca para o momento histórico que vivemos. Todos esses jovens serão agora multiplicadores no processo de defesa do SUS, da vida e da construção da saúde pública que a gente tanto deseja para o povo brasileiro. Estamos finalizando os trabalhos com muita satisfação”, avaliou o conselheiro nacional de saúde Douglas Pereira, integrante da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) e coordenou a 1ª CNLJS.
O relatório final com as contribuições e o olhar da juventude para o SUS e para o controle social brasileiro estará disponível em breve, no site do CNS.