Portela realiza eleição para diretoria neste domingo (29)

A escola de samba Portela, a maior campeã do Carnaval carioca, realizará eleição para a sua diretoria neste domingo (29), em sua quadra, na Rua Clara Nunes, 81, em Madureira, Zona Norte do Rio. Concorrem duas chapas: a da situação, Portela Verdade, liderada por Fábio Pavão (atual vice-presidente) e Júnior Scafura, como vice; e a da oposição, Respeita Portela, encabeçada por Richard Rodrigues, tendo como vice, Sodré, e o compositor Noca da Portela como presidente de honra. Poderão votar apenas os sócios da agremiação que estiverem em dia com as anuidades.

A Portela Verdade está à frente da azul e branco de Madureira desde 2013, quando venceu a eleição, tendo Serginho Procópio como presidente e Marcos Falcon, vice. Em 2016, Falcon liderou a chapa e foi eleito, tendo Luiz Carlos Magalhães como vice. Falcon foi assassinado em setembro de 2017, em um comitê de campanha a vereador na Avenida Intendente Magalhães, em Campinho. Assim, Magalhães assumiu a presidência, tendo sido reeleito em 2019. Neste período, a Portela conquistou dois terceiros lugares – 2014 e 2016 -, dois quartos lugares (2018 e 2019), dois quintos lugares (2015 e 2022) e o 23º título, em 2017.

Contudo, a agremiação se encontra dividida às vésperas do pleito. Nos últimos anos, Noca se afastou após divergências com a atual diretoria, assim como o cantor Diogo Nogueira. De acordo com a chapa de oposição, a escola tem uma dívida de mais de R$ 10 milhões no mercado. Esse seria o valor estimado a partir da apuração de atas públicas registradas no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro. No dia 28 de maio de 2021, em ata lavrada respectivamente pela presidente e secretária da Assembleia Geral, Maria Cristina Santana Ribeiro e Jaqueline Gomes dos Santos, Vanderson Lopes declarou que a dívida da Portela, entre 2019 e 2021, teria aumentado para R$ 9,1 milhões.

A atual gestão atribui à pandemia os problemas financeiros enfrentados pela escola. A chapa da situação tem o apoio de Luiz Carlos Magalhães e de Tia Surica, uma das maiores baluartes da escola de samba e integrante da Velha Guarda Show. A chapa de oposição promete fazer uma gestão com mais transparência, quitar as dívidas e promover carnavais mais competitivos para trazer um novo título para a agremiação, que não ganha um campeonato sozinha desde 1970. Os títulos de 1980, 1984 e 2017 foram divididos com outras escolas.