Presença de membros do CV no Paraguai pode ter motivado expulsão de Marcelo Piloto
Membros da facção criminosa estariam dispostos a libertar traficante preso no país vizinho
Traficante foi devolvido pelo governo paraguaio à polícia brasileira essa semana. Foto: PF
Um dos motivos que levaram o governo paraguaio ter expulsado o traficante carioca Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, do país pode ter sido a informação obtida pelo Serviço de Inteligência da Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad) de que cerca de 50 bandidos ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV) ingressaram no Paraguai para tentar resgatar o criminoso. Os bandidos estariam escondidos na cidade de Capitán Bado, sob a proteção de alguns chefes do tráfico na fronteira.
Casamento arranjado para facilitar o resgate
Para facilitar a ação dos comparsas, Piloto inventou uma história de que pretendia se casar na cadeia e chegou a fazer o pedido de matrimônio a uma presa, que até solicitou a transferência da Correccional de Mulheres Casa de Bom Pastor até a Agrupación Especializada, onde o traficante estava preso, para realizar o casório. O pedido foi negado pelas autoridades paraguaias.
A detenta com quem Piloto pretendia se casar tem 24 anos e fora presa em outubro, em Assunção, em uma operação da polícia do país vizinho que desbaratou um dos muitos planos de resgate do traficante, quando seriam usados explosivos.
Visitas de prostitutas na cadeia
Em suas últimas semanas de cadeia no Paraguai, Marcelo Piloto vinha recebendo muitas visitas de prostitutas em sua cela, onde usaria um telefone celular com internet e cinco chips diferentes. Ele escolhia as mulheres por meio de um aplicativo.
Segundo informações, Marcelo Piloto enganava as mulheres, dizendo na ligação que lhes daria um lindo presente mas quando elas chegavam na prisão, ele cancelava o programa alegando que não tinha dinheiro. A jovem de 18 anos que ele é acusado de matar a facadas era uma das prostitutas que Piloto chamou na cadeia.
Marcelo Piloto está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Nesta prisão de segurança máxima, o traficante ficará isolado por um período de 20 dias sem direito a receber visitas. Só poderá dialogar com seus advogados porém sem contato pessoal. Só terá direito a um banho de sol durante duas horas por dia.