Hoje (24) é o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e incluída no Calendário da Saúde do Ministério da Saúde (MS) foi criada para alertar a todas as pessoas, em especial as da terceira idade, sobre os riscos de sofrer uma queda. Dados da OMS apontam que quase 700 mil pessoas morrem anualmente por sofrerem quedas no mundo.
De acordo com o Ministério da Saúde, as quedas ocupam o terceiro lugar na taxa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos no Brasil. 30% das pessoas com essa faixa-etária caem ao menos uma vez por ano e 25% precisam de cuidados hospitalares. 70% das quedas acontecem dentro das residências, chamando a atenção para a importância de cuidados diários como manter o chão sempre seco, colocar barras de apoio – principalmente no banheiro, manter os ambientes iluminados e modificar alguns móveis para melhorar o espaço físico.
“O idoso cai mais em casa. Eles não querem perder a independência, querem manter a autonomia, muitos não pedem ajuda. Então ele quer subir em um banquinho, numa escada para pegar algo em cima, mas precisa ter cuidado, pedir sempre ajuda. Em em casa é necessário uma boa iluminação, preparar o banheiro, colocar suporte no banheiro para ele segurar melhor, para ele se sentar no vaso e se levantar com segurança no boxe. Isso tudo são medidas de casa segura”, afirma Anelise Fonseca, coordenadora de Geriatria do Hospital Adventista Silvestre e que assumirá a presidência da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Regional Rio a partir de julho.
Devido às quedas sofridas, muitos idosos não voltam a ter a mesma disposição de antes, se desmotivam e se isolam. Questões econômicas também sofrem influência, como gastos com cuidadores, remédios, alimentação específica ou até pedir demissão do trabalho para cuidar do idoso.
“Os idosos têm resistência a mudança de hábitos. Não só eles, todos nós temos dificuldades em mudar hábitos. Mas esses novos hábitos podem começar em casa. A arquitetura da casa é muito importante, fazer uma revisão dos perigos da casa, com os tapetes espalhados, móveis com quina, móveis no meio da sala e uma iluminação com luz fraca da cor azul, por exemplo, perto do banheiro, para quando precisar ir à noite”, acrescenta Anelise.
A OMS aponta que o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões até 2050, representando um quinto da população mundial. Isso acende a necessidade progressiva de políticas públicas e ações de prevenção, que partam não somente do idoso, mas de toda a família.
“Eles podem cair na rua. Então, o uso de órtese, como a bengala, é importante, assim como o óculos. Às vezes, o idoso cai porque ele não enxerga profundidade ou por falta de atenção. É necessário o uso do aparelho auditivo para escutar uma buzina, eum som de aviso diferente. A depressão, a demência ou a distração estão muito associadas à queda”, informa a geriatra.
De acordo com Anelise Fonseca, outras iniciativas, além das já citadas, podem contribuir com a prevenção de quedas, entre elas:
- Sapatos adequados: evitar chinelos de dedo ou meias sem sapatos. Piso escorregadio e o uso de meia podem provocar uma queda. É aconselhável o uso de tênis, sapato fechado com solado emborrachado.
- Atividades Físicas: uma fisioterapia ou uma atividade física, principalmente musculação, para fortalecer a parte muscular e óssea. A capacidade de independência no envelhecimento está muito associada com essa constituição estrutural, massa óssea e massa magra, que é o músculo.
- Prevenção contra a osteoporose: Não Fumar e se expor ao sol de forma cotidiana são fatores que protegem contra a doença.
- Alimentação rica em cálcio, ou, dependendo, o suplemento de cálcio: O aconselhável é que o idoso seja acompanhado pelo médico geriatra. Ele pode fazer um rastreamento e identificar se o paciente tem osteopenia ou osteoporose, podendo orientar em relação à medicação ou atividades.