Faltando quatro meses para os desfiles, que acontecerão nos dias 3 e 4 de Março de 2019, as escolas do grupo Especial e Grupo A, que já estão na reta final da preparação para o Carnaval, ainda não sabem quando a subvenção da Prefeitura será repassada, gerando preocupação e protestos. As agremiações estão tendo prejuízos com a falta de dinheiro para realizar ensaios, comprar material e contratar mão de obra para os barracões.
"Precisamos de dinheiro para fazer o Carnaval. Precisamos de crédito para comprar material. E quanto mais demorar o repasse, fica mais difícil encontrar materiais específicos, além de ficarem mais caros. Temos que nos virar para pagar mão de obra para essa reta final do Carnaval, acertar pagamentos e outros compromissos. Pagar em cima da hora, onera tudo. Carnaval tem dia e hora. Não tem como transferir", declarou Wagner Araújo, Diretor de Carnaval da Imperatriz Leopoldinense.
No domingo passado (25), a Mocidade Independente de Padre Miguel cancelou o ensaio na sua quadra, por conta da falta do repasse. A diretoria da escola se manifestou através de uma nota explicando os motivos do cancelamento dos eventos que estavam agendados para o dia.
"Em virtude da indefinição relativa ao repasse de verbas por parte da Prefeitura às agremiações do Grupo Especial, a Mocidade Independente de Padre Miguel informa que o ensaio de rua que aconteceria neste domingo, dia 25 de novembro, está cancelado. A roda de samba que tradicionalmente ocorre após os ensaios também não acontecerá. A medida visa protestar contra a calamitosa situação que compromete o Carnaval 2019. Havia a promessa do primeiro repasse acontecer no último dia 12 de novembro, algo que não aconteceu e nem foi justificado pelo órgão público. A Mocidade se posiciona em busca de mais respeito a quem acrescenta financeira, culturalmente e socialmente ao município".
Segundo a Riotur, já foi dada a garantia do repasse de R$ 1 milhão para cada agremiação, além da cessão do Sambódromo e da força de trabalho e serviços da Prefeitura, tanto para os desfiles quanto para os ensaios técnicos, ambos de responsabilidade da Liesa. E o repasse está sendo tratado entre a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) e a Prefeitura, para definirem como será cronograma de pagamento e como será pago em uma ou duas vezes. O assunto será abordado em uma reunião entre as partes.
Por e-mail, a LIERJ (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), que representa as escolas de samba da série A, informou que até o momento não há nenhuma novidade sobre o assunto. A Prefeitura ainda não deu qualquer retorno à Lierj com relação a assinatura de contrato, valores ou qualquer outra informação relacionada ao tema.