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Quem são os 'Gilets Jaunes' da França?

Por Portal Eu, Rio! em 28/11/2018 às 13:32:19

Foto: Agência Brasil

Imagens de barricadas em chamas, policias e gás lacrimogêneo na Champs-Elysées, em Paris, trouxeram os gilets jaunes (Coletes Amarelos) para o centro do mundo.

O nome refere-se às jaquetas de alta visibilidade que esses manifestantes adotaram como símbolo de sua reclamação. A lei francesa exige que todos os motoristas carreguem esses casacos no carro. O movimento começou no início deste mês como um protesto contra o aumento do preço do combustível, mas assumiu um papel mais amplo, e os gilets jaunes agora são vistas como símbolos do crescente descontentamento popular com o presidente Emmanuel Macron.

Os protestos começaram quando o aumento dos preços mundiais do petróleo, combinado com um aumento neste ano de 7,6 centavos de euro (pouco mais de 31 centavos de real) por litro em impostos sobre o diesel, empurrou os preços na bomba para recordes.

Os habitantes das grandes cidades da França são bem servidos por bons sistemas de metrô e rotas de ônibus; mas em outros lugares, muitas pessoas dirigem longas distâncias para chegar ao trabalho. O governo diz que a alíquota mais alta, juntamente com um aumento de outros 6,5 centavos de euro por litro previsto para o início do ano que vem, é projetada para alinhar os preços do diesel e da gasolina como parte de um esforço para reduzir o consumo de diesel e reduzir a poluição.

"Prefiro taxar combustível do que trabalho", explicou Macron. "Aqueles que reclamam de preços mais altos dos combustíveis também exigem ação contra a poluição do ar porque seus filhos ficam doentes."

Aqueles que vivem longe dos sistemas de compartilhamento de bicicletas e das redes de transporte compartilhado das grandes cidades da França, no entanto, não compram o argumento verde do governo. Eles acham que esse imposto é uma punição para as famílias que lutam para sobreviver, e uma prova do desdém do presidente em relação aos trabalhadores comuns.

Cerca de 280 mil coletes amarelos participaram de um primeiro dia de protestos em 17 de novembro, bloqueando as rotatórias e pedágios em todo o país. Menos da metade desse número foi às ruas em 24 de novembro, quando um protesto em Paris tomou um rumo particularmente violento depois que os black blocks se infiltraram no evento.

O movimento gilets jaunes, que surgiu através das mídias sociais e abraça muitas imagens dramáticas revolucionárias, tem se mostrado furioso com a percepção de que Macron governa para a elite de Paris. 

Quanto tempo o movimento de protesto pode durar depende em parte se ele pode sobreviver a uma tentativa de mutação em um movimento mais organizado. Os gilets jaunes são atualmente sem estrutura e sem liderança. Rivalidades internas e objetivos conflitantes ainda poderiam dividir o movimento, assim como a perda de apoio público se o movimento radicalizar. Ao contrário das manifestações lideradas pelos sindicatos, a natureza amorfa dos gilets jaunes, faz com que torne a negociação por parte do governo bem mais difícil.

O desafio de Macron será defender os princípios de seu “imposto ecológico”, bem como sua imagem de líder determinado, que não vai ceder aos protestos nas ruas, como muitos de seus antecessores fizeram, superando a percepção de que ele é surdo às reivindicações do povo comum.

 

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