A estação mais fria do ano já tinha dado sinais de que viria com intensidade. Os recordes de temperaturas baixas foram sentidos em todo o país neste outono, mas agora é para valer. Além dos cuidados com o corpo que a estação impõe, é preciso zelar pela saúde mental.
Uma pesquisa feita pelo departamento de Psicologia Médica da King’s College, Universidade de Londres, mostra que cerca de 1% da população dos países sofre com a depressão neste período. No Brasil, os fenômenos sazonais são mais sentidos nas regiões sul e sudeste. Segundo o psiquiatra Ilton Castro, a causa está relacionada à baixa de estímulos luminosos no inverno.
“A noite fica mais longa e os dias não são tão iluminados. O céu nublado, as temperaturas mais baixas mexem com nosso “relógio biológico”, que fica mais lento no padrão noturno. O corpo se acalma para uma noite de sono, quando ainda é dia. O resultado é que nossa disposição fica menor”, explica o psiquiatra.
Outro reflexo dos dias mais escuros e frios no organismo humano é a redução da dopamina e serotonina, neurotransmissores relacionados à sensação de prazer e bem-estar.
“A tendência é de diminuição do ritmo. Andamos menos, ficamos mais introspectivos, e este processo tende a se tornar cada vez mais forte na nossa rotina. É aí que temos de fazer o contrário: manter a rotina de exercícios físicos, sentir o sol bater no corpo, encontrar com os amigos, família e nos cercarmos do que faz bem", orienta o psiquiatra”.
Ilton: inverno faz o ritmo de vida diminuir.
Ilton alerta para o surgimento de sinais que podem apontar um início de depressão.
“Sentimentos de tristeza, dificuldade para dormir ou sono desregulado, problemas de concentração, inquietação... observando estes sinais, é importante procurar uma orientação profissional”, destaca o profissional.