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Justa homenagem

Nelson Xavier: uma lenda para ser comemorada

50 anos de carreira do ator será comemorada na próxima quarta-feira


Ator participou de América (Foto: Divulgação/Rede Globo)

Ele foi um astro na TV, no cinema e no teatro. No próximo dia 5 de dezembro, quarta-feira, a partir das 21 h, no Alegretti Music Bar, em Copacabana, diversos atores farão uma grande homenagem e vão comemorar os 50 anos de carreira de Nelson Xavier, falecido em 2017.

Uma mostra fotográfica apresentará seu longo percurso pelo teatro, TV e cinema. Amigos de longa data como Tânia Alves (a eterna Maria Bonita de Lampião), Othon Bastos, Emiliano Queiroz, Sthepan Nercesian, Milton Gonçalves entre outros lerão textos e poesias e a cantora e atriz Via Negromonte, viúva de Nelson (com quem foi casada 28 anos) e idealizadora do evento, interpretará canções de jazz e blues, ritmos prediletos do ator.

Além disso será anunciado o projeto completo para as outras comemorações no decorrer de 2019: Via, gestora do patrimônio cultural do ator já recebeu um convite para montar o Museu Memorial Nelson Xavier, com mais de 2 mil livros, acervos, troféus etc., além de lançar a biografia ‘Prosa’, escrita por Nelson. Um longa em forma de documentário, será lançado e começa a ser rodado em parceria com o escritor e diretor Ivan Jaf, o cineasta Érico Rassi e a Bravo Filmes.

Ela conta que, apesar de todas as homenagens, fica difícil descrever quem foi Nelson Xavier.

“Qualquer homenagem, da mais simbólica as mais elaboradas ou gloriosas, diriam muito pouco sobre Nelson. O legado que ele deixa para nós foi e para sempre será a de uma pessoa de gabarito, elegante, discreto, um erudito por natureza e apaixonado pelo mundo e pelas causas sociais, pela justiça. Eu honro e acolho este momento com essa homenagem. Em nome de todos os brasileiros, muito obrigada por você ter existido!”- afirma Via.

Nelson interpretou grandes personagens e se destacou como Lampião e Chico Xavier, interpretando-os com tanta maestria que ficava difícil distinguir pessoa do personagem.

A trajetória de Nelson foi vivida quase por blocos: a paixão pelo teatro nos anos 1950 e 1960, a descoberta pelo cinema nos anos 1960 e 1970, o estouro na TV no início dos anos 80. A mistura de tudo isso sempre esteve em seu DNA.

Nascido em São Paulo, em 30 de agosto de 1941, chegou a cursar Direito, mas preferiu ser ator. Nos anos 1950, entrou para a Escola de Artes Dramáticas da USP e foi parar no Teatro de Arena. Seu berço era o palco, numa época em que fazer teatro era entender a dimensão holística da missão de ser ator.

Participou de espetáculos históricos que revolucionariam o teatro do Brasil - Eles Não Usam Black-Tie, Chapetuba Futebol Clube, Gente Como a Gente e Julgamento em Novo Sol, de autores como Gianfrancesco Guarnieri, Oduvaldo Vianna Filho, Roberto Freire e Augusto Boal entre tantos outros, como a primeira montagem de “Toda Nudez Será Castigada”, de Nelson Rodrigues, em 1965, com direção de Ziembinski e contracenando com Cleide Yáconis.

Foi um homem que amou o cinema. Os Fuzis, Os Deuses e os Mortos e A Queda, de Ruy Guerra; A Rainha Diaba, de Antônio Carlos Fontoura; Vai Trabalhar Vagabundo, de Hugo Carvana; Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto; Narradores de Javé, de Eliane Caffé, além de Chico Xavier, que o ator considerava seu maior papel.

A despeito do sucesso e de muitos prêmios que marcaram sua carreira, não foi à toa que, quando caiu nas graças da tevê brasileira, viveu um dos maiores e mais difíceis dos personagens que habitaram o imaginário popular: Lampião, na minissérie histórica que movimentou o Brasil de 1982 e não tirou Nelson mais da teledramaturgia. Até Chico Xavier surgir, o anti-herói nordestino era a grande referência para as massas que o aplaudiam de pé.

Como Chico Xavier foi inesquecível. No longa viveu o líder espírita dos 59 aos 65 anos. Atrás desse personagem tão icônico e quase impossível de alcançar, Nelson teve sua redenção à espiritualidade. Na época, o ator afirmou que havia vivido ali seu melhor papel.“Com Chico, vi que a vida não é pela violência, é pela solidariedade. Só o amor pode salvar o homem. Só a solidariedade humana, o trabalho em função do amor, da paz, das pessoas entenderem umas às outras. Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas. Nenhum dos personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.

Serviços:

Alegretti Music Bar

Av. Nossa Senhora de Copacabana 1256 – Lobby- Copacabana

Informações e reservas: 99974-5050

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