Bolsonaro diz que não admitirá que Ibama saia multando 'às cegas'

O futuro presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PSL), participou, na manhã deste sábado (01/12), da formatura de 427 aspirantes à oficial do Exército Brasileiro. A solenidade ocorreu na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), sediada no município de Resende, no Sul do Rio de Janeiro. Pela primeira vez na história da famosa escola, a cerimônia foi transmita por um canal do Youtube. Bolsonaro não discursou, mas após o evento ele disse aos jornalistas que ainda não escolheu quem chefiará o Ministério do Meio Ambiente, mas que não admitirá mais que o Ibama – órgão ligado à pasta - saia multando às cegas. 

“Todos os nomes que eu tenho analisado são bons, mas ainda não o escolhi. Por enquanto, posso lhes dizer que não haverá mais brigas entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. E também não vou mais admitir que o Ibama saia multando a torto e a direito”, afirmou o presidente eleito.

Bolsonaro disse ser um defensor do meio ambiente, mas não “dessa forma xiita como acontece, não. Essa festa vai acabar”, completou o próximo mandatário do país.    

Sobre as terras indígenas, Bolsonaro considera que os índios estão em uma situação inferior a dos demais brasileiros e que por isso não podem ser usados para a demarcação de uma grande quantidade de terra, a qual, no futuro, pode ser transformada em um novo país.  

A formatura

A solenidade na Aman foi bem concorrida. Além de Bolsonaro, participaram da cerimônia o novo vice-presidente da República e general da reserva, Antônio Hamilton Mourão (PRTB), e o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson José Witzel (PSC), o interventor federal do estado, general Walter Souza Braga Netto, além de outras autoridades civis e militares e familiares dos formandos.

A cerimônia durou aproximadamente 1h30m e foi recheada de ritos militares e demonstrações de civismo. Em um determinado momento, o comandante da Aman, general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, concitou os novos aspirantes do Exército a dizerem a frase “Brasil acima de tudo”, slogan muito utilizado por Bolsonaro durante a sua campanha política à Presidência da República.

No total, 427 cadetes se graduaram em bacharéis em ciências militares e receberam a espada de oficial do Exército, depois de quatro anos de estudos. Entre os que se formaram, estavam 18 jovens de outras nações situadas na América do Sul, África e Ásia. No fim da solenidade, Bolsonaro mal conseguia caminhar, em virtude do assédio de pessoas que queriam fazer fotos e vídeos do presidente eleito.