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Trem do Samba supera falta de verba e realiza sua 23ª edição

Com o apoio de músicos e sambistas, evento segue em frente apesar da escassez de recursos

Por Claudio Rangel em 01/12/2018 às 23:55:28

Marquinhos de Oswaldo Cruz e Selminha Sorriso destacaram a importância do samba para o Rio de Janeiro. Foto: Claudio Rangel

O Trem do Samba passou por cima da falta de apoio governamental e realizou sua 23ª edição, nesse sábado (1º), com o apoio de artistas e sambistas amantes da arte brasileira. Com muitos protestos contra a política de eventos da prefeitura carioca, o evento reuniu cerca de 120 mil pessoas que partiram da Central do Brasil em quatro composições para Oswaldo Cruz.


Marquinhos de Oswaldo Cruz é o idealizador do Trem do Samba. Ele fala ao Portal Eu, Rio! do esforço feito por todos os envolvidos para manter a tradição carioca, apesar da falta de apoio da prefeitura:

“Temos tido muita dificuldade, principalmente por uma questão de entendimento, que acham que colocar dinheiro na cultura é colocar dinheiro em um bolso furado. Dinheiro na Cultura é um dinheiro que volta. A cada R$ 1, segundo a Fundação Getúlio Vargas, retornam aos cofres públicos R$ 9”, disse Marquinhos, criticando a falta de investimento do poder público municipal no evento.

Para Marquinhos, o samba tem importância fundamental no Rio de Janeiro, não só econômica, mas também cultural. Sua opinião é reforçada pelo babalaô Ivanir dos Santos, presente ao evento:

“No momento como este, em que temos uma autoridade insensível para a cultura popular e para a cultura afro-brasileira é fundamental manter esta resistência. Foi muito bom porque todo mundo que participa, os cantores, os músicos, estão fazendo como contribuição à causa. Para nós, da comunidade negra, é muito importante manter este trabalho. Não fomos derrotados”, declarou Ivanir ao portal Eu, Rio!

A porta-bandeira Selma Rocha, a Selminha Sorriso, embarcou na primeira composição em direção a Osvaldo Cruz. Ela também reforçou a importância do evento:

“O Trem do Samba existe para agregar. É uma confraternização de nossa cultura que anda estremecida com a concepção de algumas pessoas. Nós mostramos sempre que estamos unidos  e fortes, cada vez mais. É o patrimônio de nosso Brasil, é o samba”, disse.

O Trem do Samba

A edição 2018 do Trem do Samba começou com apresentações de diversos sambistas às 13 horas, em um palco erguido na Central do Brasil. O primeiro trem partiu às 18h04, horário em que o sambista Paulo da Portela pegava o trem para Oswaldo Cruz, há 80 anos.

Quatro trens partiram da Central do Brasil. Em cada vagão, músicos e passistas cantavam sambas tradicionais ao longo do percurso. Em Oswaldo Cruz, outros três palcos esperavam pelos participantes.

Entre o público do evento, amantes da música nativa vieram de longe para prestigiar o Trem do Samba, como Liliane Peixoto, de Belo Horizonte. Ela participa pela quinta vez:

“É um evento importante. Ainda mais sendo o Dia do Samba, um evento que tem que ser comemorado”.

Atraído pela música nacional, Udson da Silva Loureiro veio de Coroa Grande para participar do evento criado por seu amigo de infância:

“O Rio de Janeiro precisa de mais eventos como esse. Dão muito valor ao futebol, mas o samba tem que ter o seu espaço”, disse.



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