Californianas do L7 colocam em êxtase o Circo Voador

Quem achava que, após 25 anos da primeira apresentação no Rio de Janeiro, precisamente no Hollywood Rock, as meninas do L7 não teriam gás para fazer a galera pular, "achou errado, otário!" (parafraseando o Choque de Cultura).Donita Sparks (voz e guitarra),Suzi Gardner (voz e guitarra),Demetra Plakas (bateria) e Jennifer Finch (baixo e backing vocal) fizeram transpirar cerca de 1,5 mil pessoas no Circo Voador, na noite deste sábado (01).

Após um hiato de 14 anos sem se reunirem, as meninas, todas na casa dos 50 anos, desfilaram sucessos, principalmente do álbum de 1992, Bricks are Heavy, que além do principal sucesso "Pretend we´re Dead" (que entrou no Bis), emplacou no show outros hits como "Monster", "Everglade", "Shit List", "One More Thing" e "Scrap", além de outras pedradas como "Fuel My Fire", "Deathwish", entre outras, ao longo de uma hora e quarenta de guitarras distorcidas e sujas do mais puro grunge de Seattle.

Interagindo bastante com o público (principalmente a baixista Jennifer Finch) e descendo o braço no peso do som, o L7 se sentiu em casa. Entraram no palco dançando hip-hop, tocaram até o chão (não confunda com rebolar até o chão) e ganharam presentes dos fãs, inclusive uma bandeira do Brasil estilizada com o nome da banda.

Outro fator incomum no show foi a quantidade de mulheres entrando em rodas de pogo (tradicionalmente uma "brincadeira de menino"). Mas ontem o dia foi delas, o show foi delas. E muitas delas cantavam as canções, mostrando que o tempo de ausência no país não diminuiu a paixão de quem curtia o grunge dos anos 90. O L7 é banda feita por mulheres e cultuadas por elas, por eles, por todxs. E que não demorem mais 25 anos para voltar ao Rio.