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Em nome de voto em Lula, Renan ameaça acionar o MDB na Justiça

Senador pretende adiar convenção que vai definir apoio do partido a candidato ao Executivo, enquanto presidente da legenda é favorável a Simone Tebet

Por Portal Eu, Rio! em 22/07/2022 às 18:58:18

Parlamentar tenta protelar anúncio até o último dia para definição. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse ao Poder360, nesta 6ª feira (22), que entrará na justiça contra a convenção do MDB na próxima 2ª feira (25). O congressista faz parte da ala que é contra a candidatura própria do partido, preferindo apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Renan argumenta que o presidente do partido, Baleia Rossi, não dialoga com a ala lulista do MDB e insiste em uma candidatura “sem voto”. A ideia seria adiar para o último dia possível para a convenção, 5 de agosto, e fazê-la presencialmente.

A 1ª indicação de que o senador poderia levar a questão aos tribunais foi na 5ª feira (21). Os argumentos que serão usados para pedir o adiamento da convenção ainda não foram revelados pelo senador. Conforme o congressista, isso é para evitar que os apontamentos sejam “consertados” antes do questionamento judicial.

A única forma de impedir o movimento, segundo Renan, seria que Baleia Rossi fizesse uma reunião do partido para avaliar as condições eleitorais de Simone Tebet.

Outro argumento aventado é o de questionar a impossibilidade de se fazer votos secretos pelo Zoom, plataforma escolhida para a realização da convenção. O MDB, entretanto, terá uma empresa especializada para garantir o sigilo dos votos durante a convenção virtual do partido.

Segundo Renato Ramos, advogado do MDB, além de contratar a empresa AF Consultoria para cuidar do sistema de credenciamento dos votantes e da votação em si, a sigla colocou uma cláusula expressa no contrato determinando que o sigilo do voto seja garantido pela contratada.

Segundo o edital de convocação da convenção, publicado no Diário Oficial da União em 19 de julho, o voto deve ser secreto e garantido pelo sistema de votação utilizado.

Na 2ª feira (18), integrantes do partido de 11 unidades da Federação declararam apoio ao ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto ainda no 1º turno. Depois disso, na 3ª feira (19), dirigentes do MDB em 19 Estados ratificaram o apoio a pré-candidatura de Simone Tebet à Presidência da República.

Renan declara que Baleia Rossi não procurou o grupo lulista para conversar e que a convenção deve ser adiada para 5 de agosto, último dia possível para o evento de acordo com a Lei Eleitoral. Além disso, também quer que o encontro seja presencial.

O grupo que apoia Lula teria delegado a conversa sobre adiamento com Baleia Rossi para o ex-presidente Michel Temer. Ambos se encontraram, mas antes disso o partido já havia anunciado a manutenção da data e do formato da convenção.

A repercussão na cúpula do MDB é de que o movimento de Calheiros não deve prosperar, porque há um processo burocrático para que se convoque uma convenção partidária e todo o rito teria sido seguido.

Dentro da campanha de Tebet, a reação ao movimento do grupo contra si é de que seria uma estratégia para tentar fazer com que Lula vença no 1º turno, mas que pode prejudicar eventuais alianças do MDB num possível 2º turno mesmo sem Tebet na disputa.

Há confiança, apesar das declarações dos caciques que apoiam Lula, de que o nome da senadora será confirmado pela convenção. Pela contagem da campanha, a senadora teria 80% dos votos do partido para ser a candidata.

Fonte: Poder360

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