A Polícia Federal informa que, na tarde de quarta-feira (03/08), o casal investigado na operação Desfralde - deflagrada na última quinta-feira (28/07) - e alvo de mandado de prisão preventiva foi preso na comunidade da Rocinha, em ação conjunta com a 11ª Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Lilia Lima, diretora da creche Art Tio João, na Rocinha, na Zona Sul do Rio, e seu companheiro, Alceu Jorge, foram presos na favela por policiais da 11ª DP, da Gávea, Zona Sul do Rio. Moradores alertaram os policiais que o casal estava no local. Lília e Alceu foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para a formalização dos procedimentos. Eles serão indiciados pelos crimes de peculato e estelionato majorado, cujas penas somadas podem chegar a 18 (dezoito) anos de reclusão.
Na manhã de quinta-feira, 28/7, a Polícia Federal deflagrara a Operação Desfralde, com o fim de combater desvio de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), promovido por diretora de creche localizada na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio.
Na ação da quinta, 28/7, cerca de 30 policiais federais buscavam cumprir dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em endereços localizados na Rocinha. A diretora da creche e o marido não foram encontrados na operação, e seguiram foragidos até esta quarta-feira, 3/8.
A investigação teve início em 2021, quando, a partir de informações repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, observou-se que a responsável pela creche teria movimentado R$ 6.217.531,00 de forma suspeita, entre 2018 e 2021, sendo identificado que parte desta quantia era proveniente de programas federais de apoio à educação.
Além de figurar como principal beneficiária das transferências bancárias, a diretora da instituição realizou diversas movimentações em favor de seu companheiro e se utilizava dos valores para realizar viagens de lazer e compras de artigos completamente incompatíveis com o consumo de uma instituição de educação infantil como bebidas alcóolicas, cigarros, remédio para controle de colesterol, perfume importado e até composto natural para aumento de libido.
Suspeita-se, ainda, que a investigada tenha falsificado documentos com o fim de forjar o número de crianças atendidas pela instituição e garantir o aumento de repasses de verbas públicas.
Foi determinado o sequestro do imóvel em que funciona a creche e seu uso pela Secretaria Municipal de Educação, que apoiou a investigação, de modo a não interromper o atendimento prestado às crianças da comunidade.
Fonte: Polícia Federal e Agência Brasil