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Com assassinato de ex-vereador Jerominho, somam 56 os políticos baleados no Grande Rio em seis anos

Três casos aconteceram este ano, todos com morte. Milicianos, investigados como algozes, integram lista de atingidos

Por Cezar Faccioli em 05/08/2022 às 14:50:44

Jerominho foi executado em plena luz do dia por três homens armados por fuzis, perto de um centro social que mantinha em seu reduto, Campo Grande. Foto: Reprodução Internet

Com o assassinato de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ex-vereador e um dos fundadores da Liga da Justiça, maior milícia da Zona Oeste do Rio, sobe para 56 o número de políticos baleados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro mapeados pelo Instituto Fogo Cruzado nos últimos seis anos. Desse total, 47 deles morreram e nove ficaram feridos. Esse é o segundo caso de político baleado na Zona Oeste. Somente em 2022, foram três políticos baleados no Grande Rio: todos morreram.

Ouça no podcast do Eu, Rio! o depoimento da diretora de programas do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, sobre os ataques a bala contra políticos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.



Jerominho foi morto na tarde de quinta-feira (04), em um ataque a tiros na Estrada Guandu do Sapê, em Campo Grande. Jerônimo Guimarães Filho chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Ele estava acompanhado do cunhado, que também foi baleado. Segundo testemunhas, ocupantes de um veículo teriam passado atirando na direção de Jerominho, que estava próximo ao centro social que mantinha na região.

Jerominho e o irmão Natalino Guimarães, que foi deputado estadual e também policial civil, ficaram presos entre 2007 e 2018 e são apontados como fundadores da primeira milícia do Rio de Janeiro, a Liga da Justiça, criada na zona oeste.

O símbolo da milícia é um morcego, e as casas que tinham a figura na frente do imóvel recebiam proteção do grupo paramilitar.

De acordo com a Polícia Civil, o grupo atua na zona oeste e é acusado de homicídios, extorsões e comércio irregular na venda de água e botijões de gás.

Em dezembro do ano passado, Jerominho foi novamente preso durante operação da Polícia Civil, acusado de ser responsável por extorsões sofridas por motoristas de transporte alternativo em Campo Grande. A prisão, no entanto, foi revogada uma semana depois, porque a sentença foi expedida em relação ao mesmo processo em que ele já havia cumprido pena em presídio federal, junto com o irmão Natalino.

A Liga da Justiça é a maior e mais conhecida facção de milicianos do Rio de Janeiro. O nome é uma referência a um grupo de super-heróis de revistas em quadrinhos. O símbolo do grupo é o escudo de outro personagem dos quadrinhos, Batman. De acordo com a polícia, além dos irmãos Jerominho e Natalino, o genro do ex-vereador, conhecido pelo apelido de Batman, participou da criação da Liga da Justiça.

Por Cezar Faccioli
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