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Paes suspende demolição de casarão centenário em Botafogo, pelo menos até domingo

Prefeito também determinou que órgão responsável pelo Patrimônio municipal defina valor imaterial referente à área edificada

Por Anderson Madeira em 05/08/2022 às 18:00:40

Disputa judicial se estendeu às redes sociais. Foto: Facebook

A anunciada demolição de um casarão antigo, de 1915, na Rua Visconde Silva, 152, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio, não irá mais acontecer. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, embargou a derrubada do imóvel. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município, na última quinta-feira (4), com a suspensão da obra pelo prazo de 72 horas. A medida atende à reivindicação de moradores, revoltados com a possível demolição da edificação.

Paes ainda determinou que o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão da Prefeitura, apresente avaliação sobre o valor imaterial do imóvel. Neste caso, o prazo é de 48 horas. O embargo ocorreu após moradores e representantes da sociedade civil protestarem nas redes sociais, como a Associação de Moradores e Amigos de Botafogo (Amab), Instituto Rio Antigo e Associação dos Moradores do Humaitá. O caso ganhou repercussão após uma placa de aviso da demolição ser instalada no último fim de semana.

Nos últimos anos, o imóvel abrigou um restaurante de comida mineira e entre os anos de 1970 e 1980, foi sede da empresa Maria Teresa Weiss, uma das maiores fabricantes e vendedoras de picolés das praias do Rio há 30 anos. Foi comprado pela construtora Soter, de Niterói. O imóvel não era tombado e teve sua demolição autorizada pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico.

A suspensão da demolição teve repercussão nas redes sociais, com opiniões favoráveis e contrárias. “Chega de prédios e construções absurdas. O bairro de Botafogo não está preparado pra isso. A fiação, o esgoto, a água, ruas, não tem estrutura para mais nada”, comentou um internauta.

“Absurdo impedir a demolição. O Rio Antigo e a associação não estão aptos a dar nenhuma opinião, pois nunca apareceram para preservar ou ajudar a conservar a casa. A verdade é que durante 2 meses a casa foi invadida diariamente por usuários de crack, que ficavam a noite inteira quebrando tudo e arrancaram tudo, até os fios da elétrica da casa. Aonde estavam o Rio Antigo e a associação de moradores para ajudar? Nem sabiam que a casa existia. Perguntem aos prédios vizinhos, o terror que foram as noites de invasões, quebradeira geral dentro da casa até de manhã. Aquilo ali vai virar uma Cracolândia se não for demolido. O proprietário foi a falência por débitos deixados, o imóvel foi penhorado por falta de pagamento de IPTU e outras taxas”, disse outra.

Procurada, a Soter Engenharia preferiu não comentar o embargo da obra.

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