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Tráfico na Rocinha atuava nos moldes de uma milícia

Por Mario Hugo Monken em 29/06/2018 às 09:57:51

Divulgação: Wikimapia

Sob o comando de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, preso no ano passado, o tráfico na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, atuava nos moldes de uma milícia, segundo revela processo que corre no Tribunal de Justiça fluminense.

Além de lucrar com a venda de drogas, que é a maior do Rio,  a quadrilha cobrava taxas de segurança de comerciantes, do transporte alternativo, praticava o monopólio na venda de botijões de gás e atuava também na distribuição de sinal clandestino de TV a cabo e internet.

Tal fato teria desagradado traficantes ligados a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, antigo chefe da favela, além de moradores.

Insatisfeito, o bando de Nem, que está preso desde 2011, invadiu o local na tentativa de expulsar o grupo de Rogério 157 da comunidade.  O fato provocou diversos tiroteios na favela

Segundo consta no processo, Rogério 157 chegou a anunciar  vínculo com a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) mas se aliou ao Comando Vermelho (CV).

A favela continua sendo abastecida de drogas pelo traficante Sandro Mendonça do Nascimento, homem de confiança de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho  Beira-Mar.

O processo informa que Rogério 157 foi denunciado após uma operação policial que apreendeu em sua casa documentos contendo um inventário de armas de grosso calibre, explosivos e munições, que totalizavam um valor de mais de R$ 500.000,00 , bem como possui conhecimentos de táticas de guerrilha. Assim, assegurava o domínio e a atuação de sua facção criminosa.


Com a prisão de Rogério, sucederam ao poder os traficantes José Carlos de Souza  Silva, o Gênio, na parte alta da comunidade, e Jaílson Barbosa Marinho, o Jabá, na parte baixa da Rocinha . A favela continua tendo muitos confrontos entre bandidos e policiais que têm causado muitas mortes, inclusive de inocentes e PMs.

O Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 1 mil para quem prestar informações que ajudem na captura de Jabá.  Ele responde também por crime de tortura.

Outros traficantes considerados do primeiro escalão na Rocinha são Leandro Pereira Rocha, o Bambu e Jurandir Silva Santos,  o Parazinho, que seria um dos matadores da quadrilha.

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