Na hora de buscar serviços para o lar, como consertos de aparelhos e de eletrodomésticos, ou reformas para casa, os cariocas são os que mais dão preferência aos estabelecimentos no bairro em que moram comparando com outras cidades mais populosas da América Latina, é o que revela a pesquisa realizada pelo Loft Dados, núcleo da startup Loft que atua na compra e venda de imóveis.
Segundo o estudo, 35% dos moradores do Rio de Janeiro e 32% dos moradores de Belo Horizonte buscam serviços voltados para o lar no próprio bairro. E na busca por reformas para casa, o percentual nessas duas cidades é de, respectivamente, 33% e 30%.
O estudo foi realizado com 4,5 mil pessoas entre maio e junho que moram nas 10 regiões metropolitanas mais populosas da América Latina: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, no Brasil, Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Cidade do México e Guadalajara (México), Lima (Peru) e Santiago (Chile).
"Conseguir utilizar serviços próximos da residência é uma comodidade importante, por encurtar deslocamentos, o que pode ser decisivo para qualidade de vida. E também fortalece economicamente seu próprio entorno Do ponto de vista da cadeia produtiva, o custo de distribuição de mercadorias é reduzido e cria-se melhores condições para a circulação de riquezas em uma escala geográfica reduzida, retroalimentando o ciclo de desenvolvimento econômico", disse Fábio Takahashi, gerente de dados de comunicação da Loft.
Quando se trata de serviços de cuidado pessoal, as cidades brasileiras seguem entre as primeiras colocadas. A busca no próprio bairro por salões de beleza ou barbearia no Rio Janeiro e em Belo Horizonte é realizada por 44% da população e, em São Paulo, por 42%. E em relação a serviços de consertos de roupas e acessórios, as três cidades brasileiras seguem à frente na comparação regional, porém com Bogotá empatando com Rio de Janeiro e São Paulo (34%).
Busca por melhor preço pode influenciar
O preço encontrado no próprio bairro e em outros é um fator importante para as pessoas na hora de fechar o negócio. Cerca de um terço dos moradores de cada uma das 10 cidades participantes da pesquisa disseram que aceitam pagar um pouco mais caro para comprar no próprio bairro. Em São Paulo, 34% das pessoas que pertencem às classes A e B disseram que aceitariam pagar um pouco mais para comprar ou contratar um serviço no próprio bairro, já entre as pessoas das classes D e E, o percentual é de 23%.
Em outras cidades da América Latina, a busca por preço fica em destaque para moradores de Santiago (62%) e Lima (61%), que lideram entre aquelas pessoas que preferem comprar no próprio bairro, contanto que o preço seja o mesmo daquele encontrado em outras regiões. Já Caracas é a cidade que possui a maior ocorrência de pessoas que preferem comprar em outros bairros (22%).
Os gastos feitos no próprio bairro representam um peso significativo do orçamento mensal das pessoas. Em Santiago, quase 40% da população gasta de 26% a 50% do seu orçamento com produtos e serviços oferecidos no próprio bairro. Percentual semelhante foi encontrado também em Lima e São Paulo. Já em Guadalajara, Buenos Aires e Caracas, cerca de 30% da população gasta entre 51% e 75% do orçamento mensal no próprio bairro, o que demonstra um peso ainda maior para essas cidades.
“É importante ressaltar que, em meio ao processo de decisão entre comprar no bairro ou em outros lugares, há diversos fatores que podem influenciar. A oferta de produtos pode estar condicionada ao valor e ao tipo de mercadoria que se está procurando, bem como ao custo e tempo de deslocamento para acessar outras regiões. E a demanda também toma forma a partir de fatores comportamentais, como impulso e necessidade”, avalia Takahashi.
Confira outros dados da pesquisa aqui: Gráfico 1: Satisfação geral com serviços e comércios existentes no bairro em que mora (nota 9 ou 10) Pergunta: De maneira geral, qual é o seu nível de satisfação com os serviços e comércios que são oferecidos no bairro em que você mora? Considere uma escala de 1 a 10 onde 1 significa” totalmente insatisfeito” e 10, “totalmente satisfeito”.
Gráfico 1: