O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, falou sobre a busca de soluções para o pagamento do piso salarial da enfermagem. Ele disse que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre os projetos que podem ser votados pelo Congresso. O piso, proposto pelo Senado, foi aprovado pelo Congresso e sancionado, mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal mantém suspenso o pagamento.
Na segunda-feira (19/9), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a aprovação de quatro projetos de lei como forma de viabilizar o pagamento do piso salarial dos enfermeiros. O tema foi debatido durante reunião de líderes virtual. A busca de uma saída para o pagamento, sem comprometer o orçamento federal e as finanças de Estados e Municípios, multiplica os 'jabutis', as propostas que embarcam interesses diversos do propósito original. A origem da expressão, difundida entre as raposas do Congresso, é a anedota mineira sobre um matuto que aponta jabutis em galhos e sentencia:
- Jabuti na árvore, enchente ou mão de gente!
O piso de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras está previsto na Lei 14.434, sancionada em agosto. Neste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a aplicação da norma por 60 dias. O prazo deve ser usado para que entes públicos e privados da área da saúde esclareçam o impacto financeiro, os riscos para a empregabilidade no setor e eventual redução na qualidade dos serviços.
Os quatro projetos de lei defendidos por Pacheco são os seguintes:
Durante a reunião desta segunda-feira, os líderes partidários apresentaram outras medidas que podem ser consideradas para financiar o piso dos enfermeiros. O líder da Minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), sugeriu que as emendas do relator-geral do Orçamento (RP9) sejam usadas para pagar o servidores da rede pública e dos hospitais filantrópicos.
De acordo com Jean Paul, a proposta recebeu o apoio de parlamentares da base de apoio ao governo e da oposição. Recursos já destinados para a área da Saúde seriam “carimbados” como fonte de recursos para o pagamento do piso. A mudança dependeria da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição, que o parlamentar pretende apresentar nesta segunda-feira.
— A proposta que fizemos foi de utilização das RP9, do orçamento secreto. Consistiria em carimbar R$ 10 bilhões que já são para a Saúde, mas estão livres para atendimentos paroquiais. O que se faria nesse caso seria carimbar isso para o pagamento do piso da enfermagem, pelo menos no Orçamento deste ano. Isso ajudaria a pagar de fato essa conta — afirmou.
Durante a reunião de líderes, os parlamentares debateram outras quatro medidas:
Nas redes sociais, os parlamentares defenderam o pagamento do piso salarial dos enfermeiros. Para o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), é preciso encontrar “de forma definitiva e imediata, por meio de medida legislativa, uma solução para o pagamento do piso salarial da enfermagem, que é constitucional”.
Para o senador Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO), a medida é necessária “na busca pela valorização da categoria”. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ter confiança de que ainda nesta semana o Senado vai “apontar para o STF como resolver o financiamento do piso”.
Fonte: Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)