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AIDS: casos da doença em mulheres mais velhas continuam crescendo

Na última década, no Brasil, foi registrado um aumento de 103% no número de casos entre pessoas idosas

Por Cristina Ramos em 16/12/2018 às 10:45:00

Foto: Pixabay

De acordo com relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU), o índice de mulheres entre 15 e 19 anos infectadas pelo HIV e também entre aquelas com mais de 60 anos vem crescendo. 

Na última década, no Brasil, foi registrado um aumento de 103% no número de casos de AIDS entre pessoas idosas, segundo o Ministério da Saúde.

Dados do UNAIDS (Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids) mostram que cerca de 870 mil mulheres se infectam com o HIV todos os anos no mundo, colocando a AIDS como a maior causa de mortes entre mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos).

A ginecologista Juliana Pierobon alerta que é importante que todas as mulheres conversem com seus parceiros sobre o uso do preservativo. Segundo a médica, “o crescimento da AIDS entre adolescentes mostra a inconsequência de não se usar preservativo durante o sexo. O mesmo ocorre entre as idosas com mais de 60 anos. Praticar sexo depois dos 60, dos 70 anos, exige os mesmos cuidados indicados aos mais jovens”, explica a ginecologista.

A especialista relata, que as mulheres na pós-menopausa, muitas vezes, deixam de usar o preservativo por não correrem mais o risco de engravidarem. Mas isso acaba abrindo portas para que contraiam o vírus HIV. Para a médica, as mulheres de uma geração anterior à AIDS, não têm o hábito de exigirem do parceiro o uso do preservativo. “Por isso, o índice de mulheres com HIV após os 60 anos tem crescido tanto”, ressalta Dra Juliana.

Mas o mundo mudou. Hoje, a oferta de estimulantes sexuais, lubrificantes e até mesmo o surgimento de aplicativos de relacionamentos transformou drasticamente as relações, inclusive, entre mulheres mais maduras. Por isso, o uso de preservativo, seja ele o preservativo masculino – o mais usado - ou o feminino, é fundamental em todas as relações, principalmente, nas casuais. É uma questão de hábito e adaptação, conta a médica.

No Brasil, de 1980 até junho de 2017, 306.444 mulheres contraíram o vírus da Aids. “O preconceito e o medo aumentam os riscos do contágio. As mulheres se questionam se devem pedir ao parceiro para usar camisinha ou não, ou até mesmo se devem contar para ele sua condição de soropositiva. É preciso se informar, conversar com o parceiro. A segurança é a chave para uma vida sexual plena”, pontua a ginecologista que faz um outro alerta: “embora os homens tenham mais chance de transmitir o HIV, as mulheres também podem

ser transmissoras.

Uma vez contraído o vírus HIV, ainda é possível ter uma vida com qualidade.

A ONU estima que, atualmente, 75% dos indivíduos que vivem com o HIV conhecem seu estado sorológico. Essa condição é importante, porque com o tratamento e o vírus indetectável, a pessoa não é capaz de transmitir a doença e ainda consegue manter uma boa qualidade de vida, sem manifestar os sintomas da Aids. O que faz com que um soropositivo tenha o vírus indetectável é o tratamento com medicamentos antirretrovirais, chamado ‘coquetel antiaids’. No Brasil, 92% das pessoas que fazem esse tratamento já atingiram o estado de vírus indetectáveis.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualquer pessoa infectada com o HIV/AIDS, deve começar o tratamento antirretroviral logo após o diagnóstico, o mais rápido possível. Com a recomendação de "tratamento total", todas as populações e grupos etários são agora elegíveis para o tratamento.

A infecção resulta em uma progressiva deterioração das defesas do paciente, facilitando o surgimento de outras infecções e problemas de saúde, quando não há tratamento.

Enquanto a cura da AIDS não vem, dezembro é o mês de conscientizar a população sobre as formas de transmissão, prevenção e sintomas do vírus HIV.

Segundo dados da Fiocruz de 2014, a transmissão do vírus HIV ocorre somente em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação ou o trabalho de parto e durante a amamentação.

 

Quanto a prevenção da doença, a recomendação da Fiocruz, é que se faça uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas, agulhas e luvas descartáveis para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação, para prevenir a transmissão vertical como também evitar amamentar seus filhos.

Para os quase meio milhão de brasileiros em tratamento, desde janeiro de 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou uma nova geração de medicamentos, mais eficiente e com menos efeitos colaterais. Mesmo assim, a ginecologista explica que os cuidados devem ser permanentes e que o uso do preservativo é fundamental também na relação sexual entre duas pessoas com HIV, já que as mutações e resistências do vírus são diferentes, de acordo com cada organismo.

 Em relação aos sintomas, a Fiocruz enumera que cerca de 70% dos portadores de HIV permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática da doença.

 

 

 

 

 

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