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Tráfico de Japeri extorquia comerciantes e empresários

Quadrilha foi presa em operação da Polícia Civil nesta segunda-feira

Por Mario Hugo Monken em 17/12/2018 às 14:26:25

Foto: Reprodução

Traficantes do Complexo do Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, exigiam quantias mensais de dinheiro dos empresários e comerciantes locais, para que estes pudessem desenvolver as suas atividades, sob pena de sofrerem atentados. Em razão disso, a Polícia Civil realiza nesta segunda-feira (17) a operação Furio, com objetivo de prender a quadrilha de traficantes que age na área.

Ao todo, 32 bandidos foram indiciados e também são investigados pelos crimes de roubos e homicídios. Segundo as investigações, a organização é vinculada à facção Amigos dos Amigos (ADA). Entre eles o atual chefe da quadrilha, Breno da Silva.

Guerra pelo poder

No período compreendido entre 2013 e 2015, o Comando Vermelho (CV) dominava todo o tráfico de drogas na favela. Com a prisão do líder da facção, Ipojucan Soares de Andrade, o Coroa, ascenderam ao poder os seus comparsas Breno da Silva Souza e Jairo Rodrigues Alves, o Paizão. Insatisfeitos com a gestão de Coroa, logo após a sua prisão, Breno e Jairo se associaram à ADA e passaram a controlar a comunidade. Para tanto, contaram com alto investimento do líder do tráfico de drogas na Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat.

A partir daí iniciou-se uma guerra entre as facções na busca pela hegemonia do poder, uma vez que a ADA passou a controlar o tráfico em Engenheiro Pedreira, enquanto que o CV manteve o domínio sobre as Comunidades de Japeri.

Em meados de 2017, com a autorização de Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, a ADA se aliou ao TCP (Terceiro Comando Puro) dando origem à facção Terceiro Comando dos Amigos (TCA). Com a guerra travada entre CV e ADA, na Favela da Rocinha, aquela união começou a perder força, ocasião em que Arafat "pulou" para a facção rival. A essa altura Jairo já estava preso e Breno, então líder do tráfico no Guandu, não aceitou "pular" para o TCP, permanecendo na ADA e se recusando a entregar os fuzis fornecidos por Arafat

Sob o comando de Breno, os traficantes da ADA passaram a roubar cargas e veículos, principalmente na RJ 493 (Arco Metropolitano), e inovaram no crime, passando a extorquir comerciantes e empresários.

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