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Autora carioca de livro infantil sobre cultura negra conquista dois prêmios

Janine Rodrigues foi premiada pelo trabalho de sua editora independente

Por Gabriel Gontijo em 17/12/2018 às 19:29:50

A escritora carioca Janine Rodrigues conquistou dois importantes prêmios pelo seu trabalho à frente da editora independente Piraporando. Ela - que também é produtora cultural infantojuvenil - conquistou o selo Retratos da Leitura - Prêmio IPL do Instituto Pró-Livro e venceu o Prêmio Criança 2018 (promovido pela Fundação Abrinq). As duas premiações aconteceram na cidade de São Paulo nos dias 11 e 13 respectivamente. O primeiro prêmio foi pelo livro "Nuang - Caminhos da Liberdade" e o segundo a editora foi premiada pelo projeto "Quem é o autor".

Tida como referência no país na abordagem da cultura negra na literatura infantil, Janine começou a escrever ainda criança e sempre sentiu falta de personagens negros nas histórias destinadas às crianças. Pensando em atingir esse público específico que ela começou a desenvolver estórias sobre o tema. Por causa das dificuldades em encontrar alguma editora que publicasse seus livros, ela resolveu criar há cinco anos, em 2013, sua própria editora.

Com cinco livros publicados, a Piraporando só se estabeleceu no mercado editorial em 2015 e nestes três anos vendeu - segundo estatísticas da própria Janine - aproximadamente 18 mil exemplares, sendo "Nuang - Caminhos da Liberdade" o trabalho mais recente, lançado em maio deste ano. Além disso, ela realizou por conta própria mais de 50 projetos culturais de incentivo a leitura, Em entrevista ao "Portal Eu, Rio!" conta que, apesar do lançamento da obra ter sido em 2018, ela foi escrita ainda na infância, dos seus nove ao 14 anos.

"Quando eu escrevi, não queria mostrar essa história para outra pessoa, Mas porque queria me entender como criança negra, pois tinha uma série de questões, conflitos, pois todos diziam que eu era livre, que tinha que ser feliz, porém via muitas barreiras no cotidiano, como não poder ter o cabelo que eu queria e nem a cor da minha pele ser aceita para alguns. Que liberdade era aquela que me fazia não ter os mesmos amigos que todo mundo e me deixava isolada? Foram essas perguntas que me fizeram escrever a história de uma menina, a Nuang, que era tudo o que eu gostaria de ser quando criança", revelou Janine.

Apesar das conquistas, a escritora afirma que as dificuldades são muitas, principalmente com a atual crise que atingiu não apenas o mercado editorial como algumas livrarias conhecidas no Brasil. Mesmo com os obstáculos, Janine diz que "não abaixa a cabeça" e acredita estar no caminho certo após as recentes conquistas para dar sequência à sua "missão".



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